Brasil, 9 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Defesa de Braga Netto foca em contradições para descredibilizar ex-ajudante de ordens

A defesa de Braga Netto usará contradições e gravações de Mauro Cid para argumentar no STF.

No contexto da investigação sobre a tentativa de golpe em janeiro de 2023, a defesa de Braga Netto prepara uma estratégia sólida para enfrentar as declarações de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. O enfoque principal será salientar as inconsistências nas versões apresentadas por Cid, especialmente em relação à sua participação em uma reunião onde teriam sido discutidas ações para criar “caos social” no país.

A tentativa de golpe e a defesa de Braga Netto

A resposta da defesa está centrada na ideia de que as mudanças nas declarações de Cid servem para implicar injustamente Braga Netto. Segundo fontes próximas ao processo, a defesa pretende usar as gravações feitas por Cid e publicadas pela revista “Veja”, no início de 2022, como parte crucial de sua argumentação. Nessas gravações, Cid menciona ter sido pressionado pela Polícia Federal e critica os métodos utilizados pelo ministro Alexandre de Moraes, que tem sido uma figura central nas investigações.

Um ponto crítico para a defesa será demonstrar que as alegações de Cid sobre a participação do general em planos de desestabilização são infundadas e surgiram somente após mudanças de versões durante o processo judicial. A estratégia visa deslegitimar a argumentação de que Braga Netto foi um dos arquitetos do golpe.

Conflitos de depoimentos no STF

Além disso, a defesa de Braga Netto tentará explorar as contradições entre os depoimentos de figuras de destaque, como o ex-comandante do Exército, Freire Gomes, e o ex-comandante da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Júnior. Ambos foram convocados a testemunhar no processo, e suas declarações podem ser decisivas em relação à ordem de prisão de Jair Bolsonaro e à participação de outros militares nas manobras investigadas.

Gravações de Mauro Cid: um desabafo ou uma confissão?

As gravações feitas por Mauro Cid foram vistas como uma espécie de “desabafo” por ele mesmo. No entanto, sua interpretação e os contextos em que foram feitas podem ser utilizados contra ele na defesa de Braga Netto. A defesa argumentará que, ao classificar as gravações como meros desabafos, Cid tenta minimizar a gravidade de suas afirmações, o que seria uma estratégia para se proteger em meio à pressão das investigações.

Expectativas para o transcorrer do processo

Com a configuração atual do tribunal e as particularidades do caso, as defesas de Braga Netto e Jair Bolsonaro esperam que suas estratégias possam não apenas reverter as acusações mas também lançar dúvida sobre a credibilidade das testemunhas de acusação. O foco nas contradições dos depoimentos, aliado às gravações de Cid, promete ser um elemento central discutido nas próximas sessões do Supremo Tribunal Federal.

A expectativa é que o debate na corte se intensifique, à medida que ambas as partes apresentarem suas argumentações e tentarem influenciar a percepção dos magistrados sobre a veracidade das versões apresentadas. A interpretação de como as evidências se conectam, ou se falham em fazê-lo, possivelmente definirá os rumos do processo e, por conseguinte, as consequências para todos os envolvidos, incluindo Cid, Braga Netto e o ex-presidente Bolsonaro.

À medida que o caso prossegue, será fundamental para o público acompanhar as nuances das argumentações jurídicas e a forma como elas poderão afetar a política nacional e a percepção do envolvimento militar nos eventos de janeiro de 2023.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes