O dólar iniciou a semana em alta de 0,47%, cotado a R$ 5,5958 às 10h34, após fechar na sexta-feira em queda, a R$ 5,5696, seu menor nível desde outubro. Nesse cenário, o Ibovespa também caiu, operando 0,56% abaixo, aos 135.333 pontos.
Impacto das medidas fiscais e instabilidade global
A valorização do dólar ocorre em meio às discussões no mercado financeiro sobre as ações do governo brasileiro para aumentar a arrecadação. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que pretende editar uma medida provisória para recalibrar o decreto que elevava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), cuja revogação parcial resultou em reações negativas na bolsa.
Entre as propostas em análise, estão a extinção da isenção de Imposto de Renda para títulos como LCI e LCA, que terão alíquota de 5%, além do aumento da tributação sobre apostas esportivas de 12% para 18%. As negociações envolvem também a avaliação de cortes nos gastos tributários e primários, com o objetivo de equilibrar as contas públicas.
Reações do mercado e expectativa do cenário doméstico
O mercado reagiu mal ao anúncio do decreto de alta do IOF, levando o governo a recuar parcialmente na tentativa de aumentar a arrecadação, o que elevou a atenção dos investidores às incertezas fiscais. A expectativa é de que a medida definitiva seja publicada após o retorno do presidente Lula da França, previsto para esta terça-feira (10).
Negociações entre Estados Unidos e China sob vigilância
Simultaneamente, investidores acompanham as negociações entre Estados Unidos e China, que se encontram em Londres para discutir um possível novo acordo comercial. Representantes de ambos os países estão buscando soluções para a guerra tarifária iniciada há um ano, após a imposição de tarifas por parte do governo americano.
Na semana passada, uma conversa telefônica entre Trump e Xi Jinping trouxe otimismo temporário, com ambos sinalizando avanços nas negociações, o que ajudou a estabilizar os mercados internacionais. Contudo, as dificuldades para consolidar um acordo duradouro permanecem, alimentando receios de uma guerra comercial prolongada.
Perspectivas e riscos no cenário global
Analistas destacam que as tarifas elevadas podem impactar a inflação e os custos de produção, favorecendo uma desaceleração econômica global. A continuidade das tensões entre EUA e China ou a dificuldade em consolidar um entendimento podem gerar volatilidade adicional no mercado cambial brasileiro.
Segundo dados do G1, o acumulado do dólar nesta semana até o momento registra uma alta de 2,60%, enquanto o Ibovespa apresenta uma variação negativa de 0,58% nesta semana, refletindo o clima de incerteza tanto doméstica quanto internacional.
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