Dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (9) revelam que as expectativas do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026 subiram de 2,13% para 2,18%. Além disso, a projeção de inflação para 2025 recuou de 5,46% para 5,44%, embora permaneça acima do teto da meta oficial.
Projeções econômicas e metas de inflação
Segundo o relatório “Focus”, o mercado também manteve a estimativa de inflação em 4,5% para 2026, alinhando-se ao centro da meta estabelecida pelo sistema de metas contínuas do Banco Central, que prevê uma inflação entre 1,5% e 4,5%. Para 2027 e 2028, as expectativas de inflação ficaram estáveis em 4% e 3,85%, respectivamente.
Desde o início de 2025, momento em que entrou em vigor o sistema de meta contínua, o objetivo do BC é de 3%, com tolerância entre 1,5% e 4,5%. O Banco busca ajustar a política de juros — atualmente a taxa básica Selic — para manter a inflação na meta, levando em conta que seu impacto na economia demora entre seis e 18 meses.
Impacto nas expectativas de juros e câmbio
Para 2025, a projeção do mercado para a taxa Selic permanece em 14,75% ao ano, enquanto a expectativa para 2026 e 2027 é de 12,50% e 10,5%, respectivamente. Quanto à cotação do dólar, a previsão para o fim de 2025 é de R$ 5,80, enquanto para o final de 2026 recuou de R$ 5,90 para R$ 5,89.
Outras estimativas econômicas
As expectativas decorrentes do relatório do BC também indicam uma ligeira redução na previsão de superávit da balança comercial, que deve fechar 2025 em US$ 74,5 bilhões, ante US$ 75 bilhões inicialmente estimados. Para 2026, o saldo positivo projetado caiu de US$ 78,5 bilhões para US$ 78 bilhões.
Em relação aos investimentos estrangeiros diretos, o mercado mantém a previsão de entrada de US$ 70 bilhões para ambos os anos de 2025 e 2026, indicando confiança na atratividade do Brasil para o capital externo.
Por que essas projeções importam?
O aumento do PIB sinaliza uma recuperação econômica mais expressiva, refletindo em melhores condições de emprego e renda. Por outro lado, a redução na expectativa de inflação é fundamental para garantir o poder de compra dos consumidores, sobretudo dos mais vulneráveis, que tendem a sentir mais o impacto do aumento de preços no dia a dia.
Se a inflação permanecer acima do limite superior por mais de seis meses seguidos, o Banco Central precisará enviar uma carta ao ministro da Fazenda, explicando os motivos do descumprimento da meta. Gabriel Galípolo, presidente do BC, já alertou que, devido ao cenário atual de forte atividade econômica, a meta de inflação pode novamente ser superada em junho, caso os preços persistam acima do limite.
Perspectivas futuras
O cenário econômico indica certa estabilidade na trajetória das estimativas, apesar dos desafios atuais, como a alta dos preços internacionais e o câmbio volátil. A expectativa é que o Banco Central continue ajustando sua política monetária para equilibrar crescimento e inflação, buscando atingir a meta de 3% de inflação até 2026 e garantir uma previsão de crescimento economicamente sustentável em torno de 2,18% no próximo ano.
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