As ações da JBS deixam de ser negociadas na B3 nesta segunda-feira (9) e passam a ser negociadas na bolsa americana NYSE através de recibos de ações (BDRs). Essa mudança oficializou a dupla listagem, aprovada pelos acionistas minoritários em assembleia extraordinária no dia 23 de maio, visando ampliar a captação de recursos e a visibilidade internacional da empresa.
Dupla listagem na NYSE e mudanças na negociação
Com a novidade, os investidores brasileiros poderão comprar e vender os BDRs da JBS na B3 de forma semelhante à negociação de ações tradicionais. Para cada duas ações ordinárias da companhia, o investidor receberá um BDR, que equivale a uma ação classe A. Quem já possui ADRs (American Depositary Receipts) da companhia terá troca integral de um por um.
Segundo Guilherme Cavalcanti, CFO da JBS, a estratégia busca refletir melhor a internacionalização da empresa: “Com a dupla listagem, buscamos uma estrutura que reflita melhor nossas operações globais. Com maior acesso a investidores e custos de financiamento mais competitivos, a meta é acelerar a estratégia de diversificação.”
Impacto de liquidez e valor de mercado
Dados da consultoria Elos Ayta apontam que, em 2025, até 6 de maio, as ações da JBS movimentaram cerca de R$ 421 milhões por dia na B3, o maior nível de liquidez desde 2019. Esse volume representa aproximadamente 2,2% do volume financeiro diário da bolsa neste ano. A saída de uma companhia que responde por esse volume diminui a liquidez do mercado brasileiro, advertiu Einar Rivero, analista responsável pelo levantamento.
Além disso, a JBS responderá por uma parcela significativa do valor de mercado da B3, que soma R$ 4,5 trilhões neste ano, representando quase 2% da capitalização total da bolsa, próximo aos 2,04% registrados ao final de 2024.
Motivações e tendências do mercado internacional
Para Rivero, a saída das ações da JBS da B3 indica uma tendência de grandes empresas brasileiras buscarem a internacionalização, visando múltiplos de valorização mais atrativos e maior acesso a investidores ao redor do mundo. Desde 2017, pelo menos 18 companhias brasileiras, principalmente do setor financeiro, abriram capital em bolsas americanas, entre elas Nubank, XP e PagBank.
Sobre a JBS
Com operações em 17 países, a JBS possui mais de 250 unidades produtivas e atende a mais de 300 mil clientes ao redor do mundo. A empresa emprega cerca de 280 mil colaboradores e seus produtos alcançam mais de 180 países. A medida de listagem na NYSE busca ampliar sua presença no mercado global e potencializar o crescimento.
Mais detalhes podem ser encontrados na matéria completa no site do O Globo.