Brasil, 9 de junho de 2025
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Ancelotti e os desafios do futebol brasileiro: um raio-x atual

Carlo Ancelotti encontrou desafios complexos no futebol brasileiro após sua estreia como treinador da seleção.

O Brasil vive um momento de transição no futebol, e isso se tornou ainda mais evidente com a recente passagem de Carlo Ancelotti como treinador da seleção. Embora o italiano tenha sido nomeado para a função, sua experiência inicial foi marcada por dificuldades, especialmente após o insosso empate em 0 a 0 contra o Equador em Guayaquil. Ancelotti não apenas precisou encarar a pressão que envolve o cargo, mas também compreender as nuances e carências da equipe que ele mesmo ajudou a moldar.

Os desafios revelados da seleção brasileira

Após seu primeiro jogo, Ancelotti teve de analisar o desempenho da equipe, que não atendeu às expectativas. A verdade é que a seleção brasileira enfrenta carências que são um reflexo da atual escola de futebol no país, uma situação que se arrasta desde o ciclo pós-Copa do Mundo do Catar. Em particular, o meio-campo se destaca como uma área problemática. Apesar do retorno de Casemiro, que trouxe experiência e segurança defensiva, o time ainda luta para encontrar jogadores capazes de ditar o ritmo e organizar as jogadas de forma eficaz.

A escassez de organizadores

Bruno Guimarães, um dos principais jogadores da equipe, apresenta limitações em termos de pausa e controle de jogo, muito em função de seu estilo no Newcastle. Gerson, embora talentoso, tende a brilhar mais na condução e força do que na distribuição de passes. Nos últimos anos, o futebol brasileiro raramente tem produzido meias com essas características fundamentais, o que se torna um obstáculo nas tentativas de evolução da equipe.

Com o aumento de atacantes velozes e habilidosos no Brasil, a tentação de adotar um estilo de jogo mais defensivo e baseado em contragolpes rápidos se intensifica. Essa abordagem, ainda que contrarie a tradição brasileira de jogo ofensivo, pode se mostrar um atalho prático, considerando as deficiências observadas nas últimas partidas. Ancelotti, sendo um treinador adaptável, pode optar por essa estratégia ao trabalhar com os talentos disponíveis.

O dilema do camisa 9

Outro desafio premente que Ancelotti enfrenta é a posição de atacante. Richarlison, que teve uma atuação abaixo do esperado contra o Equador, não parece estar no seu melhor nível técnico. Com a temporada do jogador no clube não justificando sua titularidade, alternativas como Matheus Cunha, que possui um estilo mais móvel, e Rodrygo, que pode atuar como um falso 9, começam a emergir. Embora a ausência de um centroavante clássico não determine automaticamente o futuro da seleção, é uma questão que precisa ser endereçada para atingir o sucesso desejado.

Na atualidade, é possível observar seleções de elite que convivem com a falta de um grande centroavante, como a Espanha, mas que compensam essa lacuna com meias de qualidade excepcional. O Brasil, com talentos reconhecidos globalmente, ainda sente a falta dessa espécie de jogador chave que poderia fazer a diferença, especialmente em competições como a Copa do Mundo.

O cenário a longo prazo

Apesar das dificuldades, o Brasil possui uma base talentosa em diversas posições, com jogadores capazes de competir no mais alto nível. No entanto, a sensação de que o sonho do hexacampeonato mundial se tornou mais distante devido a anos perdidos em termos de desenvolvimento e estratégias é palpável. A falta de um projeto claro e a constante oscilação de elenco e abordagens futebolísticas trazem insegurança sobre como a seleção se sairá nas próximas competições.

Enquanto isso, a admiração pelo talento individual se destaca. Juntamente com as questões táticas, o amor pelo jogo e a determinação de jogadores como Cristiano Ronaldo ainda brilham intensamente, mostrando que, mesmo em um cenário desafiador, o futebol continua a nos emocionar. A atenção agora se volta para os próximos passos de Ancelotti e o que ele poderá fazer para reverter essa maré e restaurar a glória do futebol brasileiro.

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