Brasil, 9 de junho de 2025
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Interrogatórios no STF marcam batalha judicial da trama golpista

A audiência dos réus da trama golpista, incluindo Jair Bolsonaro, gera tensão e debates acalorados no Supremo Tribunal Federal.

Nesta segunda-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) inicia o interrogatório dos oito réus do que é considerado o núcleo crucial da trama golpista, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Essa fase do processo penal acontece após o encerramento das audiências com as testemunhas, que ocorreram na semana passada e foram marcadas por discussões acaloradas e uma ameaça de prisão.

Testemunhas de peso e depoimentos impactantes

Das cinco testemunhas de acusação escolhidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), destacaram-se os ex-comandantes Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos de Almeida Baptista Júnior (Aeronáutica). Ambos já haviam prestado depoimentos à Polícia Federal (PF) e afirmaram que se opuseram a propostas de Bolsonaro que poderiam desestabilizar o resultado das eleições.

Freire Gomes foi o primeiro a ser ouvido e apresentou inicialmente uma versão atenuada dos eventos, afirmando que Bolsonaro apresentou “estudos” e que o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos mostrou “respeito” ao então presidente. No entanto, essa versão mais leve suscitou uma reprimenda do relator da ação, ministro Alexandre de Moraes, que questionou a veracidade do depoimento de Freire Gomes, insinuando que o general poderia estar mentindo. Após pressão, o general reafirmou os principais pontos de seu depoimento anterior.

Dois dias depois, Carlos de Almeida Baptista Júnior trouxe testemunhos mais contundentes, confirmando relatos anteriores, incluindo aquele em que Freire Gomes ameaçaria prender Bolsonaro caso ele insistisse em seu plano golpista. Baptista Júnior também afirmou que Garnier havia disponibilizado suas tropas para o ex-presidente.

Conflitos e tensão nas audiências

Dentre as 47 testemunhas convocadas pelas defesas, a audiência mais relevante foi a do ex-ministro Aldo Rebelo, que gerou uma discussão intensa com o ministro Alexandre de Moraes. Durante a audiência, Moraes afirmou que Rebelo não tinha “condições de avaliar a língua portuguesa” em relação a uma reunião da qual não havia participado. Rebelo não aceitou a insinuação e defendeu sua capacidade de análise, afirmando que não aceitaria “censura”. O clima esquentou a ponto de Moraes ameaçar Rebelo de prisão por desacato.

Outro momento de tensão ocorreu durante o depoimento de Freire Gomes, quando Moraes demonstra descontentamento com as perguntas do advogado do ex-ministro Anderson Torres. Ele chegou a afirmar que não permitiria a criação de um “circo” durante as audiências e ordenou que cortassem o microfone do advogado.

Esses confrontos revelam a intensidade da audiência e a complexidade da situação que envolve os réus e o sistema de justiça. Com os interrogatórios iniciando oficialmente, a sociedade brasileira observa atentamente o desenrolar desse capítulo da história política recente do país.

Expectativas para os próximos dias

Os interrogatórios no STF prometem trazer mais revelações sobre os bastidores da tentativa de golpe, além de expor os desdobramentos das decisiões de figuras proeminentes do governo anterior. Com os ânimos à flor da pele e a justiça se colocando em uma posição de destaque, o desenrolar desses eventos pode moldar não apenas a reputação dos envolvidos, mas também influenciar o panorama político do Brasil nos próximos anos.

A expectativa é que as audiências revelem novas informações que possam impactar ainda mais a percepção pública sobre os acontecimentos que levaram à crise política e às tensões que se seguiram na pós-eleição. Será fundamental acompanhar as próximas etapas desse processo, que poderá redefinir a democracia brasileira.

Interrogatórios no STF
Interrogatórios no STF trazem novas revelações — Foto: Editoria de Arte
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