O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou neste domingo a determinação de fechar o acordo entre o Mercosul e a União Europeia até o fim de 2025, durante a presidência rotativa brasileira do bloco sul-americano. Em almoço com o presidente do Conselho Europeu, António Costa, em Mônaco, Lula reiterou a intenção de resolver divergências para avançar nas negociações, mesmo diante de resistências, especialmente da França.
Desafios e avanços na negociação do acordo Mercosul-UE
Em declaração nas redes sociais, Lula afirmou: “Expus minha firme convicção de que é possível assinar o Acordo Mercosul-União Europeia até o fim deste ano.” Apesar do otimismo, a questão enfrenta obstáculos, principalmente por parte da França, que expressou preocupações relacionadas ao setor agrícola europeu.
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A França, liderada pelo presidente Emmanuel Macron, manifesta resistência devido às possíveis implicações do acordo para o setor agrícola europeu, sobretudo na agricultura sustentável. Macron afirmou, na sexta-feira, que o pacto “traz riscos” aos agricultores e que o texto precisa ser aprimorado.
Compromisso com a sustentabilidade e o comércio justo
Em resposta, Lula afirmou que o Brasil mantém seu compromisso ambiental e está disposto a dialogar com os agricultores europeus para esclarecer dúvidas sobre a sustentabilidade do acordo.
O presidente também comentou que as próximas semanas serão dedicadas a demonstrar as convergências entre a agricultura brasileira e a europeia, além de assegurar a compatibilidade do tratado com os objetivos do Acordo de Paris. Lula destacou: “É essencial esclarecer que este acordo é totalmente compatível com nossos interesses ambientais, comerciais e estratégicos, reforçando a importância do multilateralismo.”
Contexto e próximos passos
Na mesma visita ao continente europeu, Lula participou de reuniões em Paris e Mônaco, discutindo alianças estratégicas e a cooperação no combate às mudanças climáticas. Apesar das diferenças nas opiniões, ambos os líderes expressaram a importância do entendimento para fortalecer a parceria entre Brasil e União Europeia.
Para o funcionamento do acordo, além de negociações políticas, é preciso passar por revisão legal e ratificação nas instâncias legislativas de ambos os blocos. A expectativa é de que, mesmo diante dos desafios, seja possível concluir o processo ainda neste ano, consolidando uma das maiores parcerias comerciais do Brasil.
Mais detalhes sobre o andamento das negociações podem ser acompanhados na matéria do Globo News.