A organização neo-nazista internacional conhecida como “The Base” está voltando a tomar forma nos Estados Unidos, se preparando para um novo evento de treinamento paramilitar, desafiando as autoridades locais e o FBI, que já havia desmantelado a organização em operações anteriores.
O ressurgimento do grupo extremista
Fundada em 2018 por um ex-contratante do Pentágono que atualmente vive na Rússia, a Base tinha cerca de 50 membros nos EUA antes de uma série de prisões realizadas pelo FBI em uma grande operação de combate ao terrorismo. Com a ascensão do clima político favorável à extrema-direita durante a campanha presidencial de 2024, o grupo viu uma oportunidade de se expandir, dado um governo que parecia menos interessado em reprimir a supremacia branca.
Após um período de atividade reduzida, os membros da Base começaram a se organizar novamente, atraindo a atenção das autoridades devido ao recrutamento de veteranos militares que poderiam treinar novos membros em acampamentos espalhados pelo país. O grupo se envolveu em atividades criminosas, incluindo complôs para assassinatos e tiroteios em massa, além de ter uma base fortificada em Michigan.
Expansão das operações
Atualmente, a Base também possui uma presença na Ucrânia, conduzindo operações de sabotagem contra o governo, enquanto novas células perigosas estão emergindo na Europa e, alarmantemente, crescendo nos Estados Unidos. A administração do FBI sob Kish Patel, um ex-aliado de Trump, sinalizou que não está priorizando a investigação de extremismos de direita, o que preocupa especialistas em segurança.
As evidências online coletadas de contas do grupo, muitas das quais estão hospedadas em servidores russos para evitar a censura em sites americanos, revelam planos concretos para um encontro nacional que ocorrerá neste verão, onde membros esperam participar de exercícios paramilitares. “O evento de treinamento nacional indica que o grupo está buscando crescer e está disposto a correr o risco de publicamente anunciar isso com antecedência”, afirma Joshua Fisher-Birch, analista de terrorismo de direita.
Financiamento e recrutamento
Uma das postagens recentes da Base solicita doações em criptomoeda, afirmando que o evento pode ser o mais movimentado em anos. “Quando você doa dinheiro para a Base, você está investindo em uma Força de Defesa Branca que visa proteger os brancos da perseguição política e destruição física”, diz a publicação.
Essa declaração revela não apenas uma estratégia de recrutamento, mas também uma tentativa de legitimar suas ações através da retórica de defesa, algo que chama a atenção para o grau de acirramento que este tipo de organização está disposta a alcançar.
A resposta do FBI e as implicações futuras
Em resposta às atividades recentes da Base, o FBI comunicou que investiga apenas aqueles que estão planejando cometer crimes federais que representem uma ameaça à segurança nacional. No entanto, casos anteriores demonstraram que membros da Base enfrentaramCharges por suas associações criminais ao grupo, especialmente em Michigan e na Geórgia, indicando que não é apenas o discurso, mas as ações que são monitoradas.
O diretor do FBI, Patel, tem minimizado a importância da ameaça extremista de direita, enquanto especialistas apontam que esse é o principal desafio de terrorismo doméstico no país. A falta de vigilância efetiva parece encorajar grupos como a Base a expandir suas atividades e propagar sua ideologia.
Um cenário preocupante
A Base agora não apenas se apresenta como uma retenção de uma ideologia extremista, mas também se alinha com ações práticas, como a convocatória para assassinatos de representantes governamentais na Ucrânia e sabotagens, visando a formação de um etnoestado branco no Ocidente daquele país. O crescimento das suas operações representa um desafio significativo à segurança pública e à integridade democrática, não apenas nos EUA, mas também em um contexto global.
O futuro da Base e sua estratégia de treinamento paramilitar ainda permanecem incertos, mas está claro que a organização está disposta a avançar e tomar riscos para seus objetivos. A situação exige vigilância contínua das autoridades e do público em geral, já que a luta contra a ideologia de ódio e extremismo se torna cada vez mais complexa, especialmente em um cenário político polarizado.
O comprometimento em desacelerar as ações dos grupos extremistas pode ser o caminho mais efetivo para garantir a segurança e a coexistência pacífica na sociedade.