Brasil, 8 de junho de 2025
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Redução do apoio a Lula entre eleitores mais pobres acende alerta

A queda na popularidade de Lula entre os mais pobres evidencia desafios para 2026 e abre espaço para candidaturas da direita.

Os recentes dados da pesquisa Genial/Quaest, divulgados pelo GLOBO, indicam uma mudança significativa nas intenções de voto entre os eleitores mais pobres, tradicionalmente aliados de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Desde o final do ano passado, nomes da direita vêm ganhando terreno nessa base eleitoral, enquanto o presidente enfrenta um recuo em seu apoio. Essa tendência, que pode impactar as eleições de 2026, levanta questões sobre a capacidade do governo de manter sua antiga base de apoio.

A erosão do apoio ao lulismo

Historicamente, o eleitorado de baixa renda tem sido um pilar do lulismo nas urnas. No entanto, a pesquisa mostra que, dos oito candidatos testados, sete registraram um aumento nas intenções de voto entre a faixa que recebe até dois salários mínimos. Enquanto isso, Lula vê sua popularidade minguar. O atual mandatário, que ainda mantém uma vantagem numérica sobre seus concorrentes, declarou em Paris que a “extrema direita não voltará ao Planalto”, mas os dados sugerem que essa afirmação pode estar distante da realidade.

O impacto das intenções de voto

Em um possível segundo turno com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), a diferença entre os dois caiu para 20 pontos entre os eleitores mais pobres, uma queda drástica em comparação aos 38 pontos registrados em dezembro. Esses números ilustram um empate técnico crescente, sinalizando uma mudança no cenário eleitoral do Brasil.

Candidatos da direita ganham terreno

A ascensão de Tarcísio e de outros candidatos como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) entre os eleitores mais pobres é alarmante para o governo. Tarcísio, que recentemente lançou o programa “SuperAçãoSP” visando tirar 35 mil famílias da pobreza, parece ter encontrado uma estratégia efetiva para conectar-se com esse eleitorado.

Michelle, por sua vez, focou seus esforços na mobilização do público feminino, com eventos pelo Brasil à frente do PL Mulher, tentando consolidar sua imagem como uma alternativa viável a Lula. Esse movimento fortalece ainda mais a posição da direita entre grupos que antes eram aliados da esquerda.

A reação do governo e a percepção popular

O governo Lula enfrenta um grande desafio: traduzir suas realizações em percepções positivas para todas as camadas da população, especialmente as mais vulneráveis. O cenário atual acendeu um sinal de alerta no Planalto, uma vez que a popularidade de Lula caiu e, com ela, a confiança do eleitorado tradicionais.

Os dados da pesquisa também revelam que, enquanto Lula tem perdido apoio entre os mais pobres, candidatos da direita conseguem se aproximar. Esta transição de preferências eleitorais pode sinalizar um desequilíbrio nas próximas eleições, com um eleitorado mais atento e menos fiel a promessas passadas.

A influência da religião e novas narrativas

Outra variável crucial nesse contexto é a religião. A pesquisa do Censo de 2022 mostrou que 26,9% da população brasileira se declara evangélica, um grupo substancialmente presente em comunidades de baixa renda. A direita, especialmente através de figuras como Silas Malafaia e Edir Macedo, tem explorado essa conexão com eficiência. A teologia da prosperidade, que refuta a dependência de políticas sociais para a superação da pobreza, ressoa fortemente entre esses eleitores.

Especialistas argumentam que esse discurso político-profético tem atraído o eleitorado evangélico, afastando-o do apoio a Lula e oferecendo uma alternativa que promete autonomia e necessidade individual acima da redistribuição de recursos estatais.

O futuro do lulismo entre os mais pobres

Abrindo caminho para uma nova estratégia, Lula anunciou a intenção de lançar novos programas sociais, como subsídios para gás de cozinha e facilitação de crédito para motocicletas. Porém, a eficácia dessa abordagem é questionada, considerando as críticas sobre a falta de inovação em políticas diante de um eleitorado que já experimentou suas promessas no passado.

O cenário político para 2026 se torna cada vez mais desafiador para o ex-presidente. O descontentamento popular, aliados à forte estratégia dos candidatos da direita, como Tarcísio e Michelle Bolsonaro, revelam um ambiente eleitoral em transformação. A prioridade para os próximos meses será reconquistar o apoio do eleitorado mais pobre, um feito que exigirá não apenas compromisso, mas também uma reflexão profunda sobre os métodos e discursos atualmente utilizados.

(Colaborou Juliana Causin, de Guarujá-SP)

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