Brasil, 7 de junho de 2025
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Papa Leo XIV enfrenta seu primeiro grande desafio na igreja

Papa Leo XIV lida com petição exigindo a remoção do arcebispo Woelki devido à gestão de casos de abuso sexual.

Papa Leo XIV está prestes a enfrentar um dos seus primeiros grandes testes com uma petição dirigida a ele, exigindo a remoção do arcebispo de Colônia, Rainer Maria Woelki, devido a preocupações sobre sua gestão de acusações de abuso sexual. A petição já conta com mais de 60.000 assinaturas e destaca o clima de desconfiança que muitos fiéis sentem em relação à liderança da Igreja Católica nesse delicado tema.

Por que isso é importante

Como o recém-eleito papa, as ações de Leo em resposta a preocupações sobre abuso sexual na igreja serão observadas atentamente. A maneira como o Vaticano reage a essa petição pode definir o caráter da liderança do Papa Leo e seu compromisso com a responsabilidade e a transparência episcopal em todo o mundo.

Papa Leo XIV após audiência geral na Praça de São Pedro, Vaticano.

O que você precisa saber

Woelki tem sido uma figura polêmica na igreja, com críticas severas sobre sua gestão de casos de abuso sexual na arquidiocese de Colônia. Em setembro de 2021, o Papa Francisco optou por mantê-lo no cargo, apesar das críticas massivas, oferecendo ao cardeal um “tempo de espera espiritual” após erros de comunicação considerados graves.

Ele irritou muitos católicos locais ao citar preocupações legais para não divulgar um relatório sobre como funcionários da igreja lidaram com denúncias de abuso. Woelki também encomendou um segundo relatório, onde um escritório de advocacia alemão produziu uma investigação com 800 páginas.

Embora o relatório não tenha encontrado negligência da parte dele em relação às vítimas, Woelki admitiu que cometeu erros em casos passados, mas deixou claro que não tem intenção de renunciar.

A partir de setembro de 2022, Woelki esteve sob investigação do Ministério Público de Colônia por possível falso testemunho em relação ao seu conhecimento sobre as alegações de abuso. A investigação culminou em buscas em seu apartamento e escritórios durante o verão de 2023, mas em maio de 2025, a investigação foi encerrada após o pagamento de uma multa de 26.000 euros (cerca de 29.700 dólares).

A Arquidiocese de Colônia emitiu um comunicado enfatizando a presunção de inocência de Woelki e afirmando que a acusação de perjúrio não se sustentou.

A petição, iniciada pelo padre Wolfgang F. Rothe, afirma que, ao lidar com alegações de abuso sexual, Woelki violou gravemente seu dever de cuidado. Rothe argumenta que “Woelki é completamente moralmente corrupto”, questionando sua credibilidade tanto publicamente quanto dentro da própria arquidiocese.

Ele destaca que a atitude do cardeal é uma “severa bofetada na face de muitas vítimas de abuso sexual e mina os esforços para lidar com o abuso em outras dioceses da Alemanha e na Igreja Universal.”

Além disso, em março de 2022, após a ordem de Francisco para uma revisão oficial da arquidiocese de Woelki, o Vaticano não encontrou evidências de conduta ilegal, mas reconheceu que erros graves de comunicação foram cometidos.

O que as pessoas estão dizendo

Em sua petição, o padre Wolfgang Rothe ressalta: “O Cardeal Woelki está amplamente isolado, tanto na Arquidiocese de Colônia quanto na Igreja Católica na Alemanha. Ele é um pastor sem rebanho.” Por outro lado, Riccardo Wagner, da Escola de Mídia da Universidade Fresenius de Ciências Aplicadas de Colônia, criticou a petição, afirmando que ações sacramentais não deveriam ser legitimadas por opiniões públicas digitais, desafiando assim a natureza da Igreja.

A Arquidiocese de Colônia declarou que “para o Cardeal Woelki, o fim do processo marca um novo começo, e ele deseja dedicar toda sua energia ao futuro da arquidiocese junto com os fiéis.”

Próximos passos

Ainda não se sabe como o Papa Leo responderá a essa petição e qual será o impacto de sua decisão. O cenário se torna cada vez mais crítico à medida que a Igreja Católica busca restaurar a confiança dos fiéis e lidar de forma eficaz com as questões de abuso sexual que assombram sua história.

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