A morte do empresário Francisco Paulo de Sebe Filippo, na última quarta-feira, destacou a vulnerabilidade dos sistemas de abertura de portões controlados por rádio. Apesar de não oferecer resistência, criminosos utilizaram a clonagem do controle remoto para invadir a residência no bairro Jardim Paulista, em São Paulo, e assassiná-lo. Segundo especialistas, cuidados específicos são necessários para evitar riscos de clonagem e invasão.
Como funciona a clonagem de controle remoto de portões
De acordo com a Nice, empresa especializada em automação residencial, a clonagem é realizada por dispositivos de radiofrequência capazes de interceptar sinais de controles remotos em uso. Esses aparelhos replicam o sinal transmitido, muitas vezes sem que seja possível detectar quem está recebendo a mensagem. Quem estiver ao alcance do sinal, que pode ser cerca de 100 metros, pode capturá-lo e utilizá-lo para abrir o portão.
Para dificultar esse tipo de ataque, os especialistas recomendam o uso de códigos diferentes a cada transmissão, tornando o sinal inválido após o primeiro uso. Essa técnica, conhecida como códigos rotativos, aumenta a segurança e diminui a chance de invasões.
Chamado à atenção para a tecnologia e prevenção
Segundo o CEO da Aster Sistemas de Segurança, Antônio Fábio Fragoso, o controle remoto sozinho não garante segurança total. Sistemas de automação que operam com códigos fixos ou de variação limitada facilitam a clonagem por criminosos. O ideal é verificar se o equipamento possui tecnologia anticlonagem, como os sistemas com códigos rotativos, com o fornecedor do portão.
Além da tecnologia, cuidados básicos podem evitar tragédias ou invasões. Manter o controle remoto em locais seguros e não emprestá-lo a terceiros são atitudes essenciais. Também é importante evitar deixar o controle dentro do carro, especialmente em estacionamento ou com manobristas, sobretudo se o documento do veículo estiver na mesma área, facilitando o acesso dos criminosos.
Medidas adicionais de segurança
Especialistas sugerem ainda o uso de trava mecânica, como cadeados, no portão veicular, sobretudo quando todos os familiares estiverem em casa. Essa medida funciona como barreira extra, mesmo que o sinal do controle seja clonado. Além disso, atenção deve ser redobrada em obras ou imóveis abandonados próximos à residência, pois esses locais podem servir de ponto de observação para invasores.
Para ampliar a proteção, é recomendável instalar câmeras de segurança e monitorar o perímetro da residência, além de realizar trocas periódicas dos controles remotos e manter os sistemas atualizados. Essas ações ajudam a minimizar os riscos de invasão e clonagem.
Investigação e contexto do crime
O assassinato de Francisco Filippo segue sob investigação da Polícia Civil de São Paulo, que suspeita que o crime possa estar relacionado a outras invasões de residências de alto padrão na cidade. Os criminosos clonaram o controle do portão e utilizaram um veículo HB20 para invadir a residência, onde o empresário foi atingido com um tiro na nuca. A polícia já apreendeu celulares no local e realiza diligências para identificar os autores do homicídio.
O caso evidencia a necessidade de reforçar a segurança residencial e atenção às tecnologias empregadas na automação de portas e portões. Especialistas reforçam o alerta: a prevenção adequada pode evitar que um incidente como este tenha consequências irreparáveis.
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