O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) foi anunciado como “advogado brasileiro” na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), que ocorrerá entre os dias 28 e 29 de junho em Miami, na Flórida. A participação do parlamentar, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), gera polêmica por conta do cancelamento de seu registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Controvérsia na apresentação como advogado
No banner promocional do evento, Eduardo é descrito como “advogado brasileiro, ativista e político”. Contudo, uma consulta ao Cadastro Nacional dos Advogados da OAB revela que seu registro está classificado como “situação cancelada”, levantando questões sobre a legitimidade de sua apresentação no evento internacional.
A OAB é a entidade responsável por regular a profissão de advogado no Brasil, e o cancelamento do registro de Eduardo significa que ele não pode exercer a advocacia legalmente. Isso levantou críticas e debates sobre a transparência e a ética da apresentação do deputado como advogado na CPAC.
O que é a CPAC?
A Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) é um evento que reúne líderes e membros do movimento conservador dos Estados Unidos e de outros países. Com o foco em políticas de livre mercado e valores familiares, a CPAC é um espaço onde líderes de direita se reúnem para discutir e promover suas pautas.
A presença de Eduardo na CPAC destaca sua tentativa de articular apoio entre conservadores e latino-americanos. Na sua palestra, intitulada “Liberdade econômica é a nossa revolução”, ele pretende abordar a importância do empreendedorismo e da liberdade econômica para os países da América Latina.
Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos
Desde fevereiro, Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos, onde disse que pretende articular ações contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e, especificamente, contra o ministro Alexandre de Moraes. O pai de Eduardo, Jair Bolsonaro, está envolvido em um caso no STF, o que pode impactar sua imagem e a de seus filhos no cenário político.
Além disso, Eduardo é visto como uma possível opção do PL para a candidatura à presidência em 2026. Seu nome tem circulado entre os apoiadores do pai, que elencam a necessidade de ter alguém da própria família representando a direita brasileira nas próximas eleições.
A mensagem de Eduardo Bolsonaro
Em comunicado sobre sua participação na CPAC, Eduardo se apresenta como um “defensor global do livre mercado, empreendedorismo e valores familiares”, buscando reforçar sua imagem como uma voz relevante no movimento libertário na América Latina. Ele disse: “Estou mostrando ao mundo o que acontece quando latinos se levantam em unidade e propósito.”
O evento, co-organizado pelo CPAC e pelo Latino Wall Street, busca fortalecer a presença de latino-americanos no mercado financeiro e promover uma agenda conservadora entre as comunidades latinas nos Estados Unidos.
Repercussões e críticas
A participação de Eduardo Bolsonaro na CPAC garante visibilidade internacional, mas também gera reações negativas de opositores que questionam a sua legitimidade como líder e advogado, tendo em vista o cancelamento de seu registro na OAB. Os críticos argumentam que essa situação poderia enfraquecer ainda mais a confiança do público nos políticos e em suas credenciais.
Com a aproximação das eleições presidenciais de 2026, a figura de Eduardo se torna cada vez mais proeminente dentro do PL, e sua estratégia de capitalizar eventos internacionais para angariar apoio pode ser crucial para suas aspirações políticas. Contudo, o histórico de conflitos legais e a percepção pública sobre seu caráter devem ser considerados em sua trajetória para um cargo mais elevado.
A participação de Eduardo na CPAC e o modo como ele se apresenta como advogado, mesmo com restrições legais, serão observados de perto nos próximos meses, à medida que ele navega em sua carreira política e na complexidade da legislação brasileira.