No julgamento criminal de Sean “Diddy” Combs, uma mulher que manteve um relacionamento com o rapper entre janeiro de 2021 e agosto de 2024, emocionou-se e chorou ao contar detalhes de sua experiência. Conhecida apenas pelo pseudônimo de “Jane”, ela relatou sessões de sexo que duravam até três dias e que, segundo ela, eram organizadas por Combs, envolvendo acompanhantes masculinos e consumo de drogas.
A experiência de Jane com Diddy
Testificando no tribunal, Jane revelou que foi pressionada por Combs a participar de “noites de hotel”, eventos sexuais que envolviam uso de substâncias ilícitas e que lembravam os “freak-offs” mencionados por Casandra “Cassie” Ventura, outra ex-namorada de Diddy. Durante seu depoimento, ela lembrou de uma dessas noites, onde teve relações com um acompanhante por mais de 18 horas antes que Combs deixasse o hotel. Jane descreveu o momento como angustiante, afirmando que se sentiu “tão alta” devido à ecstasy que tinha recebido de Combs e “sozinha”.
Pressão e coerção
Jane declarou que esses encontros se tornaram uma prática semanal durante partes de seu relacionamento. Ela mencionou que a noite mais longa passou de três dias sem dormir. Apesar de ter expressado seu desconforto e relutância em ter relações sexuais com outros homens, Diddy desconsiderou suas preocupações, chegando ao ponto de ser desdenhoso em relação a seus pedidos por precauções, como o uso de preservativos. Em uma gravação apresentada no tribunal, ela pediu a um acompanhante para usar um, e Diddy desconsiderou seu pedido, dizendo: “Você não vai pedir um preservativo”.
Uma experiência particularmente traumática ocorreu em seu aniversário. Jane relatou ter tido um jantar romântico com Diddy, que terminou com a entrada de um homem desconhecido em seu quarto de hotel. Apesar de inicialmente tentar ignorar a situação, Jane confessou que a prática se tornou “memória muscular”, onde ela simplesmente desligava os pensamentos e focava na performance exigida.
Uma relação marcada por dependência
Ao longo de seu depoimento, Jane descreveu como as noites de hotel tornaram-se cada vez mais comuns e a toxicidade de sua relação. Em uma mensagem de texto escrita para Diddy em setembro de 2023, ela expressou seu desejo de não querer mais “desempenhar esse papel em sua vida”, descrevendo a situação como “sombria, escorregadia e que a fazia sentir-se nojenta”.
Jane e Combs se conheceram em 2020 em uma viagem a Miami, e o relacionamento se intensificou rapidamente. Nos meses seguintes, Diddy começou a falar mais abertamente sobre suas fantasias sexuais, e logo Jane se viu envolvida em um ciclo de atividades sexuais que a deixavam emocionalmente exausta. Com isso, Diddy teria oferecido ajuda financeira, inclusive pagando aluguel e fazendo depósitos de até R$ 50.000 como demonstração de afeto, criando uma dinâmica de dependência.
Consequências e repercussões legais
No contexto do julgamento, surgiram alegações de que Diddy usou violência e ameaças para coagir suas parceiras em atividades sexuais não consensuais, conforme relatos anteriores de Casandra Ventura. Diddy, que nega todas as acusações, enfrenta a possibilidade de uma sentença de prisão perpétua se for condenado por tráfico sexual e extorsão.
Conforme o julgamento avança, a atenção do público se concentra não apenas nas alegações chocantes, mas também nas implicações mais amplas sobre consentimento e a dinâmica de poder em relacionamentos abusivos. O depoimento de Jane destacou a complexidade e os desafios enfrentados por aqueles que se encontram em situações semelhantes, levantando questões importantes sobre responsabilidade e justiça, tanto no âmbito pessoal quanto legal.
O caso de Diddy continua a se desenrolar, e as histórias de mulheres afetadas por suas ações reforçam a necessidade de uma discussão mais profunda sobre abuso, consentimento e as consequências de comportamentos predatórios nas relações pessoais.
