No último dia 5, Celso Luiz Rodrigues, conhecido como Celsinho da Vila Vintém, foi formalmente declarado réu em um processo de tráfico de drogas e associação para o tráfico. A decisão ocorreu após a aceitação da denúncia pelo juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 2ª Vara Criminal Regional de Jacarepaguá. Este desdobramento surge após a prisão de Celsinho em uma operação da Polícia Civil no dia 8 de maio de 2025, onde ele foi acusado de expandir o poder do Comando Vermelho na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
A prisão e as acusações
Celsinho, apontado como um dos fundadores e líderes da facção criminosa Amigo dos Amigos (ADA), tornou-se um elemento central na rivalidade entre facções que dominam o tráfico de drogas na região. Ao lado dele, o miliciano André Costa Barros, conhecido como Boto, também enfrenta agora as consequências legais de suas ações, enquanto Edgar Alves de Andrade, popularmente chamado de Doca ou Urso, permanece foragido.
O juiz explicitou em sua decisão que a libertação de Celsinho e dos outros acusados representaria um “grave risco à ordem pública”, considerando a gravidade dos crimes cometidos e a possibilidade de influenciarem testemunhas durante o processo judicial. Ele destacou que a prisão cautelar é fundamental para garantir a integridade da investigação e a aplicação da lei.
O papel de Celsinho na criminalidade
Investigações indicam que Celsinho forjou uma aliança estratégica com o Comando Vermelho, um antigo rival, com o objetivo de recuperar áreas de influência que haviam caído sob controle de milícias locais. O envolvimento dele não se limitou a negociações com o Comando Vermelho; ele também operou com um grupo paramilitar, garantindo assim o domínio sobre a Vila Sapê, em Curicica. Essa aliança, que facilitou um acordo triplo entre a pequena milícia de Curicica, o CV e a ADA, demonstra a complexidade e a articulação das facções criminosas no Rio de Janeiro, especialmente na busca por retomar territórios perdidos.
Desde sua prisão, Celsinho tem insistido que não voltou ao crime, mesmo após a gravidade das acusações. A sua trajetória no mundo do crime remonta a 2017, quando foi condenado a 15 anos de prisão por ter liderado a invasão da comunidade da Rocinha, um dos principais pontos turísticos e prósperos da cidade.
Consequências e o futuro de Celsinho
A decisão do juiz de decretar a prisão preventiva de Celsinho levanta a questão sobre a eficácia das políticas de segurança pública no Rio de Janeiro, especialmente no que diz respeito ao controle do tráfico de drogas e à violência associada. O juiz ressaltou que a custódia é necessária não apenas para a conveniência da instrução criminal, mas também para a proteção da sociedade, evitando que os réus possam se evadir ou intimidar testemunhas.
À medida que o processo judicial avança, a sociedade carioca observa com preocupação o desenrolar desta situação que envolve figuras proeminentes do crime organizado. Especialistas em segurança pública acreditam que a resposta do sistema judicial será crucial para definir os próximos passos das facções no Rio e a possível retomada de territórios que ainda são questionados.
O caso de Celsinho ilustra não apenas o impacto das facções criminosas na sociedade, mas também os desafios enfrentados pelas autoridades em distintos níveis, que buscam uma solução duradoura para problemas que afligem a cidade há décadas. Num cenário onde as alianças são constantemente formadas e desfeitas, o futuro do combate ao crime organizado no Rio de Janeiro continua incerto, mas a esperança de um sistema mais justo e eficaz persiste.
Para mais informações sobre este e outros casos relevantes na segurança pública do Rio, siga as atualizações no canal do g1 Rio e fique por dentro das notícias mais recentes.