Brasil, 8 de junho de 2025
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Morte de Edson Café, ex-Raça Negra, choca fãs e relembra sua trajetória

O músico Edson Café, ex-integrante do grupo Raça Negra, faleceu aos 69 anos. Sua vida marcada por vitórias e desafios é lembrada com carinho.

Edson Bernardo de Lima, conhecido como Edson Café, foi uma figura marcante no cenário musical brasileiro como parte da famosa banda Raça Negra. Tragicamente, ele faleceu aos 69 anos em São Paulo, deixando um legado musical significativo e uma história de desafios. O corpo do músico foi encontrado desacordado em uma calçada na Zona Leste da cidade, e ele não resistiu.

A carreira e as contribuições ao pagode

Café fez parte do Raça Negra durante seus anos de maior sucesso, entre os anos 1990 e 2005. Como violonista, percussionista e compositor, ele contribuiu para a criação de clássicos do pagode. Sua canção mais famosa, “Oi, Estou Te Amando”, se tornou um hit e é lembrada até hoje pelos fãs da banda. Além de suas obras com o Raça Negra, ele também deixou sua marca como compositor para outros artistas, como o grupo Só Pra Contrariar.

Sequelas de um AVC e seu declínio

No entanto, a vida de Edson Café passou por uma reviravolta em outubro de 1994. Ele sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que afetou significativamente os movimentos do lado esquerdo de seu corpo. Apesar dos desafios, ele não se afastou da música, continuando a tocar pandeiro com a mão direita. Contudo, as sequelas do AVC o levaram a momentos de depressão e à dependência de álcool e drogas. Esses problemas culminaram em sua saída do Raça Negra, uma decisão que o afetou profundamente.

A vida nas ruas e as tentativas de recuperação

Em 2016, o músico foi encontrado em situação de rua por uma equipe de reportagem, o que despertou a preocupação de seus fãs e amigos. Uma fã chegou a oferecer abrigo temporário, mas Edson não se adaptou e acabou retornando às ruas, afirmando que as drogas o ajudavam a lidar com suas frustrações. Ao longo de sua luta contra a dependência, ele passou por 12 clínicas de reabilitação, sempre contando com o apoio de familiares e do vocalista Luiz Carlos, do Raça Negra. Contudo, foi uma batalha árdua e, mesmo com o apoio, ele não conseguiu se afastar da vida nas ruas.

Desentendimentos e situação atual

Nos últimos anos, Café expressou sua mágoa em relação aos ex-companheiros do Raça Negra, revelando que não estava recebendo os direitos autorais de suas composições devido à dependência química. Essa situação acentuou seu sentimento de rejeição e desconexão com o grupo que foi tão importante em sua vida. Ele passou a alternar entre abrigos e as ruas, sobrevivendo com a ajuda de benefícios governamentais e doações de admiradores e amigos.

Um legado que transcende as dificuldades

Apesar de toda a adversidade, Edson Café continuou a compor. Em suas andanças, ele sempre carregava um caderno onde registrava suas experiências e sentimentos. Essa produção artística traduzia sua resistência e amor pela música, mesmo em meio à tristeza e dificuldades. O falecimento de Café não é apenas uma perda para o mundo da música, mas também um lembrete da luta contra problemas que muitas vezes ficam ocultos. Sua trajetória ressoa como um testemunho da luta de muitos artistas, e seu legado musical perdurará na memória dos fãs.

Edson Café deixa saudade e uma mensagem de resiliência. Em um mundo onde a fama pode ser efêmera, sua música e histórias de superação permanecem, nos lembrando da fragilidade da vida e da importância da empatia. A comunidade do pagode sentirá profundamente a sua falta, mas suas canções continuarão a tocar os corações de muitos brasileiros por gerações.

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