Após ter seu perfil no Instagram suspenso pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), João Zambelli, filho da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), não se deixou abater e criou uma nova conta na popular rede social. Em menos de 24 horas, o novo perfil já acumulava mais de 30 mil seguidores, evidenciando o apoio de muitos que se identificam com sua situação.
Reações à suspensão da conta
Na primeira publicação do novo perfil, João se dirigiu diretamente ao ministro, fazendo acusações de perseguição familiar. “Na ânsia de destruir a carreira da minha mãe, ele (Moraes) agora vem atrás de mim, da minha avó, de toda a família Zambelli”, declarou, ressaltando a sensação de injustiça e de ataque à sua família.
Além de João, a avó dele, Rita Zambelli, de 75 anos, também teve sua conta suspensa, o que, segundo o jovem, é particularmente triste devido ao estado de saúde da idosa, que sofre de problemas cardíacos. João alega que a suspensão foi uma tentativa do ministro de prejudicar ainda mais sua família, afirmando que a decisão é uma resposta direta à tentativa de Carla de transferir a titularidade de suas contas, na busca de esquivar-se de decisões judiciais.
A justificativa do ministro Moraes
Em sua defesa, o ministro Alexandre de Moraes justificou a inclusão de familiares nos bloqueios, afirmando que se tratava de “terceiros que reiteram condutas criminosas”. Essa afirmação, reacendeu a polêmica sobre as ações do STF e a relação entre os tribunais e a política brasileira.
Consciente da repercussão, Carla Zambelli também utilizou suas redes sociais para criticar a decisão do ministro: “O ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio da conta de Instagram do meu filho, João Zambelli, um jovem de apenas 17 anos que está iniciando sua trajetória na vida pública. Com isso, não atacou apenas a deputada ou a cidadã Carla Zambelli. Ele atacou uma mãe”, desabafou.
Controvérsias em torno de Carla Zambelli
A situação da família Zambelli não se resume à suspensão das contas de João e Rita. A deputada Carla Zambelli deixou o Brasil antes do término do julgamento dos recursos contra sua condenação, que está relacionada à invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com a ajuda do hacker Walter Delgatti Neto. O autoexílio foi visto como uma tentativa de evitar a execução da pena e a possível cassação de seu mandato.
No decorrer desse processo conturbado, a deputada tem sido alvo de diversas críticas, especialmente em virtude de sua saída às pressas do país, que muitos interpretaram como uma tentativa de se esquivar da justiça.
Prisão preventiva e repercussões internacionais
Após a deputada anunciar seu autoexílio na Itália, o ministro Moraes não hesitou em determinar a prisão preventiva de Carla e solicitou a inclusão de seu nome na lista vermelha da Interpol. Essas medidas levantaram questões sobre os limites do poder judiciário e o papel das redes sociais na disseminação de opiniões políticas e pessoais.
A reação do público e as consequências políticas
A criação do novo perfil por João Zambelli e suas críticas ao ministro Moraes têm gerado um burburinho nas redes sociais, com muitos usuários defendendo sua liberdade de expressão e questionando as ações do STF. A insatisfação com as decisões judiciais, especialmente quando envolvem figuras políticas em destaque, frequentemente resulta em mobilização nas mídias sociais, onde as opiniões são amplamente divulgadas.
O clima tenso que envolve a família Zambelli e suas ações em resposta à pressão judicial poderá influenciar as futuras movimentações políticas deles e de outros membros do espectro político brasileiro. As eleições de 2026 já estão no radar, e a possível candidatura de Rita Zambelli à Câmara dos Deputados e as repercussões das ações judiciais ainda podem render um cenário político intenso e disputado.
Assim, a situação da família Zambelli continua a captar a atenção do público brasileiro, refletindo sobre a intersecção entre política, justiça e liberdade de expressão em um momento crítico da história recente do Brasil.