Na última quinta-feira (5/6), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento à Polícia Federal e reafirmou que seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), está atuando de forma independente nos Estados Unidos. Durante seu interrogatório, ele deixou claro que não tem controle sobre as ações do filho, contrariando as alegações de que Eduardo poderia estar se envolvendo em estratégias para influenciar sua situação jurídica no Brasil.
A situação jurídica de Jair Bolsonaro
O ex-chefe do Executivo brasileiro é réu na Ação Penal nº 2.668, que investiga uma alegada tentativa de golpe de Estado em 2022, quando as autoridades da República foram ameaçadas. Juridicamente, qualquer indício de articulação ou influência externa que possa favorecer a defesa de Jair poderia complicar ainda mais sua situação. No entanto, Bolsonaro insistiu que as atividades do filho não visam impactar seus casos legais.
Analisando a ampla investigação que envolve Eduardo, o ex-presidente destacou que não tem conhecimento das pessoas que estão assessorando seu filho nos EUA, e reafirmou que Eduardo não está recebendo orientações ou apoio estruturado de sua parte.
Investigações necessárias e o papel da PGR
As declarações de Bolsonaro foram feitas em um inquérito autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), onde se investiga a atuação de Eduardo Bolsonaro durante o governo do ex-presidente dos EUA, Donald Trump. A suspeita baseia-se em uma potencial busca por apoio internacional para pressionar autoridades no Brasil, sendo Moraes uma das vítimas dessas supostas articulações.
A investigação foi requerida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que apresentou indícios de que Eduardo estaria utilizando canais internacionais para interferir em decisões judiciais e investigações que estão em andamento desde os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Isso inclui a possibilidade de busca por sanções destinadas a afetar a vida política e judicial no Brasil.
Conectando as ações ao financiamento
Durante o depoimento, Jair Bolsonaro também foi questionado sobre como a estadia de seu filho é financiada. Ele confirmou que cobre as despesas de Eduardo nos EUA. No entanto, afirmou que isso não implica que ele esteja ciente das ações políticas de seu filho. A questão central que a investigação tenta esclarecer é se Jair se beneficiaria diretamente das atividades do filho, especialmente considerando que ele já enfrenta processos em instâncias superiores como o STF.
Eduardo em solo americano
Eduardo Bolsonaro reside nos Estados Unidos desde março, quando decidiu se licenciar do seu cargo na Câmara dos Deputados. O deputado alega que está buscando se defender contra o que considera uma “perseguição política” a seu pai. Como parte do processo investigativo, Eduardo deverá prestar depoimento por escrito, devido à sua ausência do Brasil.
Outros desdobramentos na investigação
Complicando ainda mais a situação, outro envolvido no caso, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), já prestou depoimento à Polícia Federal esta semana. Farias é um dos autores da representação que motivou a PGR a solicitar a abertura do inquérito. O pedido foi aceito por Moraes no final de maio.
Com as investigações ainda em andamento, tanto Jair quanto Eduardo Bolsonaro enfrentam um turbilhão de acusações e incertezas que continuam a moldar o cenário político brasileiro. As repercussões legais e suas possíveis consequências estão sendo monitoradas de perto pela sociedade e pela mídia.
A situação de Jair e Eduardo Bolsonaro reflete a complexidade do atual ambiente político no Brasil, onde a linha entre política e lei se torna cada vez mais nebulosa.