A agência de classificação de risco S&P Global Ratings manteve a nota soberana de crédito do Brasil em BB, com perspectiva estável, refletindo a avaliação de um cenário de estabilidade financeira, apesar das dificuldades fiscais. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (5), poucos dias após a Moody’s rebaixar a perspectiva do país também para estável.
Razões para a manutenção da nota de crédito do Brasil
Segundo a S&P, a sólida posição externa do Brasil é um dos principais fatores que sustentam a nota. O país possui forte fluxo de exportações de commodities e uma moeda altamente negociada, o que reduz a necessidade de financiamento externo. Além disso, o posicionamento do Banco Central, considerado “estatutário e operacionalmente independente”, e a adoção de metas de inflação contribuem para a credibilidade da política monetária.
“O Brasil mantém uma posição externa sólida, apoiada pelos fluxos de commodities e pela liquidez do real”, afirmou a agência. Ainda assim, a S&P ressalta que os déficits do governo devem permanecer elevados devido à rigidez orçamentária e à alta carga de juros, fatores que pressionam a estabilidade fiscal.
Desafios fiscais e perspectivas futuras
A S&P destacou que, apesar do fortalecimento externo, o risco de o Brasil enfrentar déficits elevados continua, principalmente por conta de uma estrutura de gastos primários pouco flexível. A agência também adverte que uma eventual deterioração na sinalização das políticas fiscais poderia prejudicar a posição externa do país, enfraquecendo a confiança dos investidores estrangeiros.
Para melhorar sua classificação, o Brasil precisaria implementar iniciativas que aumentem os superávits primários e reduzam a rigidez orçamentária. Caso essas políticas surtam efeito, há potencial para um aumento do rating nos próximos anos, reforçando projeções de queda na dívida pública e maior crescimento econômico.
Impactos recentes e cenário político
Na semana passada, a Moody’s também rebaixou a perspectiva da nota do Brasil, citando a situação fiscal e o aumento da dívida pública. Ambas as agências ressaltam que, embora o país esteja atualmente dois níveis abaixo do grau de investimento, sua diversificação econômica e baixas vulnerabilidades externas justificam a nota BB.
Segundo análise da S&P, o quadro institucional do país apoia uma formulação de políticas baseada em mecanismos de controle entre os três poderes, o que pode levar a um perfil fiscal mais sólido após as eleições presidenciais do próximo ano.
Expectativas para o futuro
A agência desenhou cenários que podem elevar ou rebaixar a perspectiva e o rating do Brasil. Uma melhora dependeria de avanços na consolidação fiscal e na redução da rigidez de gastos, enquanto um agravamento na situação de gastos públicos e aumento da dívida poderiam resultar em rebaixamento.
“Políticas voltadas para a consolidação fiscal podem criar ambiente de taxas de juros mais baixas e maior crescimento econômico”, comentou a S&P. No entanto, o incumprimento dessas medidas pode ameaçar a estabilidade financeira e financeira externo do país.
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