A decisão da S&P de manter a nota do Brasil em grau especulativo foi avaliada como previsível pelos especialistas. Fernando Siqueira, head de research da Eleven Financial, afirma que essa medida não deve gerar impacto significativo no mercado financeiro.
Manutenção da nota e o cenário para o Brasil
Segundo Siqueira, a nota foi mantida abaixo do investment grade, dois degraus, refletindo que o país continua com grau de risco elevado. “Já era esperado, diante do crescimento da dívida e do déficit elevado”, afirmou, acrescentando que a perspectiva segue negativa, com maior chance de downgrade do que de upgrade.
Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, complementa ao dizer que a avaliação está alinhada com a Moody’s e reforça que os desafios fiscais permanecem relevantes para o país.
Impacto no mercado e expectativas futuras
Ambos especialistas destacam que a manutenção da nota dificilmente pressionará o mercado, uma vez que o risco fiscal é um tema que vem sendo discutido há meses. “O mercado agora espera o pacote de medidas fiscais que o governo e o Congresso deverão apresentar em breve”, observa Sung.
Ele também alerta sobre o ciclo eleitoral: “Qualquer mudança estrutural que prejudique a popularidade do governo pode dificultar a aprovação dessas ações, dificultando o avanço nas reformas fiscais”.
Desafios fiscais e o ciclo eleitoral
O cenário atual revela que o país precisa avançar em reformas estruturais para melhorar sua avaliação de risco, mas os fatores políticos podem dificultar esse avanço. O foco do mercado permanece na expectativa pelo pacote de medidas fiscais, cuja aprovação é considerada essencial para a estabilidade econômica.
Segundo o artigo publicado pelo O Globo, a nota da S&P já era prevista pelo governo e evidencia os desafios fiscais do Brasil, reforçando a necessidade de reformas estruturais duradouras.
Perspectivas e próximos passos
Especialistas reafirmam que o Ministério da Economia trabalha para aprovar medidas que possam aliviar a situação fiscal, mas o ciclo eleitoral pode representar um obstáculo para reformas mais profundas. A tendência é que as avaliações de risco continuem a refletir o cenário fiscal delicado do país.
