A guerra tarifária no exterior emergiu como a maior preocupação para o mercado financeiro, de acordo com pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo Banco Central (BC). Para 39% das instituições ouvidas, o principal risco atualmente vem das tensões comerciais entre grandes potências, como Estados Unidos e China, que dificultam o comércio internacional.
Risco internacional ganha destaque na percepção das instituições financeiras
O levantamento revela um crescimento expressivo na percepção do risco internacional, que foi apontado por 39% das instituições — frente a 16% na pesquisa anterior. A intensificação das disputas comerciais, que impactam setores industriais ao dificultar o fluxo de peças e matérias-primas, está na origem dessa mudança.
Impactos na cadeia de produção e nas finanças globais
Com aumento de tarifas e restrições de exportação, muitos setores enfrentam dificuldades na obtenção de insumos essenciais. Essa situação amplia o medo de crises nos mercados financeiros, já que os desdobramentos podem afetar diversas cadeias produtivas ao redor do mundo.
Manutenção do risco fiscal no cenário nacional
Apesar da crescente preocupação com o cenário internacional, o risco fiscal — ou seja, o temor de que o governo não consiga equilibrar as contas públicas — permanece relevante, citado por 30% das instituições. A estabilidade do mercado brasileiro ainda depende de políticas fiscais eficientes.
Outros fatores de risco destacados
A pesquisa também sinaliza aumento na preocupação com riscos operacionais, incluindo ataques cibernéticos, disponibilidade de liquidez e contágio financeiro. Além disso, há um maior alerta quanto à fase de contração da economia brasileira e ao nível de endividamento das famílias.
Confiança na estabilidade do sistema financeiro e reservas de segurança
Apesar dos desafios, o índice de confiança na estabilidade do sistema financeiro permanece alto, embora tenha apresentado uma leve queda. A maioria dos entrevistados acredita que o Banco Central deve manter o Estoque de Capital Contracíclico (ACCPBrasil), uma reserva para momentos de crise.
Dados e monitoramento do risco financeiro
A pesquisa foi realizada entre 19 de abril e 9 de maio, com 84 instituições financeiras, entre bancos, seguradoras e gestoras de recursos. Essas informações auxiliam o Banco Central na análise de riscos e na formulação de políticas econômicas.
Mais detalhes estão disponíveis na matéria do Globo.