Brasil, 7 de junho de 2025
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Investigação revela depósitos incomuns de Augusto Melo, presidente afastado do Corinthians

Polícia aponta depósitos em dinheiro totalizando R$ 152.070 em conta da dirigente, como parte da investigação do caso Vai de Bet.

A recente investigação da Polícia Civil trouxe à tona uma série de depósitos em dinheiro que somam surpreendentes R$ 152.070 na conta de Augusto Melo, presidente afastado do Corinthians. A revelação foi anexada na defesa do dirigente, que busca anular o inquérito referente ao caso Vai de Bet, que gerou seu indiciamento. Detalhes adicionais sobre essa investigação foram publicados pelo portal UOL.

Depósitos sob suspeita

De acordo com a apuração policial, os extratos bancários de Melo revelaram um padrão de depósitos em dinheiro considerados incomuns. A maioria dos depósitos foi registrada abaixo de R$ 2 mil e realizada em sua conta no banco Santander, na cidade de São Paulo. Esse comportamento se intensificou entre dezembro de 2023 e abril de 2024, um período que coincide com a sua eleição e os primeiros meses de mandato como presidente do clube.

A Polícia Civil expressa preocupações de que essas transações em dinheiro tenham a intenção de “burlar os mecanismos de controle” financeiro e ocultar a origem dos valores. É importante lembrar que, desde 2020, o Banco Central exige identificação obrigatória para depósitos acima de R$ 2 mil. Ao mesmo tempo, as transações em espécie eram frequentemente seguidas por transferências nominais, aparentemente realizadas para legitimar a origem do dinheiro. Em um dos casos, destaca-se o nome de Carlos Eduardo Melo Silva, conhecido como Kadu Melo, sobrinho de Augusto e conselheiro do clube, que realizou transferências de Pix logo após os depósitos em dinheiro.

A posição da Secretaria de Segurança Pública

Em resposta às investigações, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) declarou que a Polícia Civil continua a investigar suspeitas de lavagem de dinheiro envolvendo ex-presidentes do Corinthians. O procedimento foi desencadeado em setembro de 2023, após receber três denúncias anônimas que indicavam possíveis desvios de recursos do clube.

A SSP afirmou que “em janeiro deste ano, a delegacia acionou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para requerer a quebra do sigilo financeiro dos investigados. Desde então, diversas intimações foram expedidas e oitivas realizadas. Durante esse período, um dos investigados tentou arquivar o inquérito por meio de um habeas corpus, mas o pedido foi negado pela Justiça. As diligências continuam em curso sob segredo de Justiça”.

A dinâmica dos depósitos em espécie tem levantado suspeitas de movimentações financeiras fragmentadas que surgiram justamente quando Melo assumiu a presidência do Corinthians. Métodos semelhantes de diluição de valores foram utilizados no conturbado esquema de comissão da Vai de Bet, ex-patrocinadora do clube, que supostamente teve suas finanças circulando em contas de empresas associadas ao PCC (Primeiro Comando da Capital).

Inconsistências e defesas

A investigação da Polícia civil não se limita apenas aos dados bancários. O inquérito também revelou inconsistências nos depoimentos de Melo sobre a intermediação do patrocínio. O diretor financeiro do Corinthians à época, Marcelo Mariano, é acusado de corrupção, e as declarações de Melo contradizem informações recolhidas pela polícia, incluindo uma gravação que será incluída no relatório final da investigação.

Na sua defesa, Augusto Melo declarou que todas as transações financeiras foram cedidas à Polícia para investigação e enfatizou que os montantes registrados estão todos em sua declaração de Imposto de Renda. Ele comentou: “Sou proprietário de um comércio e de um estacionamento, muitos dos depósitos são em espécie devido à natureza do meu negócio. Minhas contas são limpas e estou sempre disponível para prestar esclarecimentos”.

Os depósitos em questão somam:

  • Dezembro de 2023: R$ 41.750,00 em dois depósitos (R$ 31.850,00 e R$ 9.900,00).
  • Janeiro de 2024: R$ 29.700,00 em 17 depósitos.
  • Fevereiro de 2024: R$ 18.250,00 em 10 depósitos.
  • Março de 2024: R$ 30.700,00 em 17 depósitos.
  • Abril de 2024: R$ 31.770,00 novamente em 17 depósitos.
  • Maio de 2024: Os depósitos cessaram, coincidentemente com o surgimento das denúncias do caso Vai de Bet.

Essas revelações abrem um novo capítulo nas investigações em torno de um dos maiores clubes de futebol do Brasil, e a sociedade aguarda ansiosamente a conclusão desse intrigante caso que envolve suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro.

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