No dia 4 de outubro, Jeniffer Souza Batista, de 31 anos, foi presa em Pontal, interior de São Paulo, acusada de torturar crianças em uma creche clandestina localizada em Sertãozinho. As investigações indicam que pelo menos nove crianças teriam sido vítimas de maus-tratos sob seus cuidados, o que gerou uma onda de indignação entre os pais das vítimas.
A descoberta do horror pela família
Aldo Cândido da Silva Júnior, pai de dois irmãos autistas que frequentavam a creche, expressou sua revolta ao descobrir os abusos. “Era uma pessoa que a gente confiava muito, foi um baque muito grande, um misto de indignação e raiva. Foi uma faca nas costas quando a gente ficou sabendo”, desabafou. Ele afirmou que, mesmo após notar hematomas em seus filhos, sempre havia justificativas plausíveis apresentadas por Jeniffer. “Ela sempre tinha uma resposta que nos fazia acreditar”, complementou Aldo.
Os relatos das agressões
As atrocidades chegaram ao conhecimento das autoridades por meio de uma funcionária adolescente, que filmou uma das agressões para mostrar às famílias. As imagens revelaram cenas de violência, onde crianças eram chutadas e arrastadas. Segundo relatos, além dos filhos de Aldo, outras sete crianças também têm suas histórias de sofrimento associadas à creche. A Polícia Civil abriu investigação e a situação foi encaminhada ao Poder Judiciário.
Funcionamento irregular da creche
Além das graves acusações de tortura, o caso se agrava ao se descobrir que a creche não possuía autorização para funcionar. De acordo com o Ministério Público, Jeniffer abriu o espaço sem qualquer licença da Vigilância Sanitária e do Corpo de Bombeiros. A promotora Marília Bononi Francisco destacou que a creche recebia crianças de meses a 4 anos em péssimas condições, e as adolescentes contratadas para cuidar das crianças também eram submetidas a jornadas excessivas, a ponto de cuidar de até 14 crianças ao mesmo tempo.
Consequências jurídicas
A Secretaria de Segurança Pública informou que a mulher é investigada por nove crimes de tortura, além de discriminação contra os irmãos autistas e por constrangimento, devido à forma como as adolescentes foram tratadas. A defesa de Jeniffer já manifestou a intenção de entrar com um habeas corpus para tentar libertá-la.
Impacto na comunidade e próximas etapas
O caso gerou um clamor na comunidade local, com muitos pais expressando sua preocupação sobre a segurança e o bem-estar das crianças que frequentavam a creche. “É preciso que a comunidade fique atenta e denuncie casos como este. Nossas crianças merecem ser tratadas com amor e respeito”, disse uma mãe preocupada que preferiu não ser identificada.
A audiência de custódia de Jeniffer está marcada para quinta-feira, dia 5 de outubro. As autoridades prometem rigor na investigação e trabalham para garantir a segurança das crianças e da comunidade.
Para mais informações sobre a segurança infantil e casos de abuso, acompanhe nosso canal e fique atento às atualizações sobre este e outros casos na região de Ribeirão Preto e Franca.