Brasil, 6 de junho de 2025
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Tesouro capta US$ 2,75 bilhões em emissão com juros mais altos

O Tesouro Nacional anunciou a captação de US$ 2,75 bilhões no mercado externo, com juros mais elevados e aumento da demanda internacional.

Na quarta-feira (4), o Tesouro Nacional emitiu US$ 1,5 bilhão em títulos de dívida com vencimento em 2030 e US$ 1,25 bilhão com vencimento em 2035, atraindo investidores internacionais que buscaram taxas mais altas devido ao cenário econômico global.

Alta na demanda e Taxas

Segundo o Tesouro, a demanda pelos títulos atingiu US$ 10,9 bilhões no pico, representando uma relação de oferta e demanda de cerca de quatro vezes, o que é o maior nível em sete anos. Entre os investidores, 87% vêm da Europa e da América do Norte, enquanto os latino-americanos, incluindo o Brasil, participaram com 11,6% das compras.

As taxas obtidas na emissão foram de 5,68% ao ano para os papéis de cinco anos, uma elevação em relação aos 2,2% de dezembro de 2020, momento em que os juros na pandemia estavam próximos de zero. Para os títulos de dez anos, a taxa foi de 6,73% ao ano, ligeiramente menor que os 6,75% de uma emissão anterior em fevereiro deste ano. Essas taxas foram as mais altas da história para esses prazos, porém abaixo das expectativas iniciais de 7,125% ao ano.

Contexto das taxas e impacto internacional

A alta nas taxas reflete a elevação das taxas de juros nos Estados Unidos — que tiveram seu aumento iniciado em 2022 e continuam entre 5,25% e 5,5% ao ano desde julho do ano passado. Como os títulos brasileiros estão atrelados às taxas norte-americanas, o aumento no rendimento dos títulos dos EUA elevou, por consequência, os juros cobrados do Brasil no mercado externo.

De acordo com analistas, taxas mais baixas indicam confiança no pagamento da dívida do país. No cenário atual, com maior risco percebido, os investidores passaram a exigir juros mais elevados para adquirir os títulos brasileiros.

Por meio dessa emissão, o governo capta recursos com o compromisso de devolvê-los com as taxas acordadas de 5,68% para cinco anos e 6,73% para dez anos. Essas operações contribuem para a formação de reservas internacionais, que serão incorporadas ao país em 11 de junho.

Spread e recursos internacionais

O spread — diferença entre os títulos brasileiros e os americanos com o mesmo vencimento — caiu para 175,5 pontos-base (1,755 ponto percentual) para títulos de cinco anos, ante 177,9 pontos em dezembro de 2020. Para os títulos de dez anos, o spread subiu para 237,5 pontos, comparado aos 220 pontos de fevereiro.

Segundo o Tesouro, os recursos captados não têm como principal objetivo reforçar as reservas do país, mas criar um referencial para empresas brasileiras que pretendem captar recursos no mercado internacional e aumentar a liquidez da dívida externa.

Mais informações podem ser conferidas na reportagem da Agência Brasil.

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