Brasil, 11 de setembro de 2025
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Conflito entre EUA e China disputa cadeias globais de suprimentos

A guerra comercial entre Estados Unidos e China evolui para uma disputa sobre controle de tecnologias e cadeias de suprimentos estratégicas

O conflito comercial entre Estados Unidos e China está se transformando em uma disputa pelo domínio das cadeias globais de suprimentos, à medida que as duas potências restringem o compartilhamento de tecnologias críticas. Essa tensão tem duradouras consequências para dezenas de indústrias ao redor do mundo, especialmente nas áreas de tecnologia, manufatura e transporte.

Guerra tecnológica e restrições às cadeias de suprimentos

Na semana passada, os Estados Unidos anunciaram a suspensão de vendas de componentes e softwares utilizados em motores a jato e semicondutores à China, em resposta às ações de Pequim na exportação de minerais essenciais. Segundo informações do O Globo, ambos os lados se acusam mutuamente de agir de má-fé, gerando um ambiente de crescente tensão nas cadeias de suprimentos globais.

Impactos na indústria aeronáutica e outras áreas estratégicas

A indústria aeronáutica destaca-se como uma das mais afetadas. Os motores a jato, principalmente aqueles produzidos por empresas como a General Electric, dependem de tecnologia americana. Contudo, a China tenta desenvolver uma alternativa própria a esses motores, buscando obter tecnologia de empresas como a GE Aerospace. Para isso, recorre a minerais processados na China, como as terras raras, essenciais para componentes de alta performance.

Regras de exportação e controle de minerais

Em abril, Pequim restringiu a exportação de minerais raros, respondendo às altas tarifas impostas pelo governo Trump. Essa medida impacta diretamente a manufatura avançada dos Estados Unidos, que depende de minerais processados na China para fabricar componentes de alta tecnologia, incluindo ímãs essenciais para a produção de motores e outros equipamentos.

Consequências econômicas e possíveis respostas

Especialistas apontam que o desenvolvimento de fontes alternativas de minerais leva anos, com média de 29 anos para a criação de uma nova mina, de acordo com a S&P. Em resposta às restrições chinesas, os EUA aceleram esforços para ampliar a produção doméstica de terras raras, além de considerar incluir grandes fabricantes chineses de chips e plataformas de tecnologia como Alibaba, Tencent e Baidu em uma lista de restrições comerciais.

Dificuldades na diversificação das cadeias de suprimentos

Apesar das tentativas de diversificação, a dependência mútua entre os EUA e a China permanece elevada. Segundo Daniel H. Rosen, da empresa de pesquisa Rhodium Group, levará anos para desenvolver uma oferta alternativa de minerais e componentes tecnológicos, o que reforça a complexidade do embate.

Tensões nas relações diplomáticas e impacto global

Além das disputas comerciais, as tensões entre Washington e Pequim se estendem ao campo diplomático. O governo americano ameaçou revogar vistos de estudantes chineses, incluindo aqueles vinculados ao Partido Comunista. As negociações de paz, como a realizada em Genebra em maio, não avançaram completamente, com o governo dos EUA reclamando que a China ainda não cumpriu totalmente os acordos.

Por outro lado, a China reforça que tem implementado com seriedade os entendimentos alcançados. Segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, os EUA têm divulgado informações falsas e praticam difamação, especialmente ao acusar Pequim de violar o acordo comercial assinado em Genebra.

Perspectivas futuras e desafios

O atual cenário mostra que a disputa por controle das cadeias de suprimentos exige investimentos bilionários e cooperação internacional. Os Estados Unidos seguem buscando reduzir sua dependência da China, incluindo o estímulo à mineração doméstica de minerais raros e o fortalecimento de alianças estratégicas globais. Entretanto, qualquer mudança estruturada nesse sistema será dolorosa e demandará tempo, alertam analistas.

Assim, a continuidade dessa guerra de cadeias de suprimentos deve impactar as economias mundial, influenciando desde o preço de bens de consumo até a capacidade de inovação tecnológica, enquanto ambas as nações buscam afirmar sua superioridade no cenário global.

Para mais detalhes, consulte a reportagem completa.

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