A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) se manifestou nesta quarta-feira sobre o decreto de prisão ordenado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em sua declaração, a parlamentar chamou a decisão de “ilegal, inconstitucional e autoritária”. Zambelli, condenada a 10 anos de prisão no mês passado, anunciou sua saída do Brasil, o que desencadeou uma série de críticas e desdobramentos legais.
A reação da deputada ao decreto de prisão
Após a decisão do STF, Zambelli expressou sua indignação, não apenas pela condenação, mas também pelo bloqueio impresso nas contas de redes sociais de familiares. Segundo a deputada, este ato atinge não apenas sua pessoa, mas sua mãe e filho de 17 anos, que planejam continuar sua militância política enquanto ela estiver fora do país.
“Com isso, não atacou apenas a deputada ou a cidadã Carla Zambelli. Ele atacou uma mãe… O mais grave foi o ataque à minha família”, afirmou em nota divulgada por meio de sua assessoria.
Denúncias e a busca por apoio internacional
No mesmo comunicado, Zambelli anunciou que irá denunciar nos fóruns internacionais o que considera abuso de autoridade e perseguições por parte do STF. “Denunciarei esse abuso, essa perseguição e essa escalada autoritária em todos os fóruns internacionais possíveis. Essa perseguição política está apenas começando a ser exposta”, ressaltou a deputada, buscando apoiar sua narrativa com um apelo à comunidade internacional.
Motivos da decisão de prisão
O ministro Moraes determinou a prisão de Zambelli sob a alegação de que a deputada teria deixado o país para evitar as consequências da aplicação da lei. O ministro também pediu que a Polícia Federal incluísse Zambelli na lista da difusão vermelha da Interpol, uma medida reservada para foragidos internacionais.
“No caso de Carla Zambelli Salgado de Oliveira, é inequívoca a natureza da alegada viagem à Europa, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, em razão da proximidade do julgamento dos embargos de declaração opostos contra o acórdão condenatório proferido nestes autos”, escreveu Moraes, referindo-se ao caso onde Zambelli foi condenada por envolvimento em uma invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Impacto na família e na política
Zambelli não se limitou a expressar preocupação por si e sua família; sua crítica se estende à possível quebra na convivência familiar causada pelo bloqueio das contas de suas redes sociais. A deputada enfatizou o impacto emocional e psicológico que essa situação pode trazer para seu filho e sua mãe.
Como Zambelli deixou o país
Investigações indicam que a deputada pode ter utilizado uma rota terrestre pela Tríplice Fronteira para deixar o Brasil, atravessando a fronteira para Puerto Iguazú, na Argentina, antes de seguir para Ezeiza, na província de Buenos Aires e, finalmente, partir para os Estados Unidos.
O advogado de Zambelli, Daniel Bialski, alegou que a deputada viajara ao exterior para continuidade de tratamento de saúde, mas posteriormente comunicou sua saída da defesa de Zambelli “por motivo de foro íntimo”.
Embora Zambelli tenha tido seu passaporte apreendido em 2023, o documento foi posteriormente devolvido pelo STF. Sua saída do país ocorreu antes que a conclusão de todos os recursos contra sua condenação fosse finalizada, situação que poderia resultar em prisão e perda de seu mandato como deputada.
A situação em torno da deputada Carla Zambelli continua a se desdobrar, levantando questões sobre a legalidade das medidas adotadas pelo STF e sobre os limites da liberdade de expressão e de ação de parlamentares no Brasil. Neste misto de política e justiça, a população brasileira acompanha atentamente os desdobramentos desse caso controverso.
