A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), usou sua conta no X, nesta quarta-feira (4/6), para criticar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pela sua saída do Brasil. Zambelli deixou o país no final de maio, poucos dias após ter sido condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão, além da perda do mandato parlamentar.
Detalhes da saída de Zambelli
Atravessando a fronteira com a Argentina pela região de Foz do Iguaçu (PR), a saída da parlamentar foi confirmada por informações apuradas pelo Metrópoles. Ela deixou o Brasil no dia 25 de maio e viajou de carro até Buenos Aires, seguindo para fora da América do Sul a partir da capital argentina. Um detalhe que chama a atenção é que, devido à ausência de controle migratório formal na travessia entre os dois países, sua saída não foi registrada pela Polícia Federal.
Reações e Consequências
A Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia solicitado ao STF a decretação da prisão preventiva da deputada Zambelli, com a manifestação sendo protocolada fisicamente na Corte. Em uma entrevista ao canal Auriverde no YouTube, já fora do Brasil, Zambelli confirmou sua saída e mencionou que o propósito inicial da viagem era buscar um tratamento médico. Contudo, não foram fornecidos detalhes sobre a natureza ou local do tratamento.
Vale ressaltar que a ministra Gleisi Hoffmann foi incisiva em sua resposta às alegações de Zambelli sobre uma suposta ditadura instaurada no Brasil. Ela argumentou que a verdadeira ditadura seria a tentativa de golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder, caracterizando assim as declarações da deputada como uma tentativa de deslegitimar o atual governo.
Gleisi Hoffmann defende a democracia brasileira
Em resposta a Carla Zambelli, Gleisi foi enfática: “Ditadura estaríamos vivendo se vingasse a tentativa de golpe contra a eleição de Lula para manter Jair Bolsonaro no poder.” A ministra ressaltou que o Brasil é um país soberano e democrático, baseado em leis e na Constituição, que precisam ser respeitadas por todos.
“Ditadura foi o regime dos torturadores que Bolsonaro idolatra e que tanto horror causaram no país. Os conspiradores fugitivos querem uma intervenção externa no Judiciário e no processo político brasileiro. Isto é inadmissível”, completou Gleisi.
Contexto Político
A saída de Zambelli do país e as acusações mútuas entre ela e Gleisi Hoffmann refletem o clima tenso da política brasileira atual, em que figuras da direita e da esquerda estão em constante embate. Enquanto Zambelli alega estar sendo perseguida e classifica sua saída como uma forma de exílio devido à suposta ditadura, Hoffmann defende a legitimidade do governo e a importância do respeito à ordem democrática.
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A situação de Carla Zambelli segue em xeque, e os desdobramentos de sua condenação e fuga do país continuam a ser acompanhados de perto pela sociedade e pela mídia, em um momento onde a independência do Judiciário e a manutenção da democracia no Brasil estão sendo intensamente debatidas.