Na manhã desta quarta-feira, 4 de junho, a subprefeitura da Zona Sul do Rio de Janeiro realizou uma ação de fiscalização que resultou na descoberta de um espaço utilizado como depósito clandestino por ambulantes. A operação aconteceu na antiga Casa de Saúde São Sebastião, localizada no bairro do Catete, onde foram encontrados carrinhos com comida estragada, lixo, entulho e outros objetos armazenados de maneira inadequada, causando preocupação com a saúde pública e a segurança da área.
A situação dos ambulantes no Catete
Nos últimos anos, o local se transformou em um verdadeiro ponto de armazenamento irregular para diversos profissionais ambulantes, que utilizam o espaço para guardar seus carrinhos e até botijões de gás. De acordo com Igor Cardoso Rufino, um dos ambulantes que trabalha na região, a falta de locais legalizados para armazenar sua mercadoria traz enormes dificuldades. “Infelizmente, hoje, aqui na área ou próximo daqui, não tem nada legalizado para nós guardarmos nossa mercadoria. E a gente sofre essas perdas. Para nós, um dia sem trabalhar é um sacrifício muito grande na nossa renda. Muitos têm o mínimo, menos que um salário mínimo, e conseguimos sobreviver mesmo assim”, explica Rufino.
A participação das autoridades
A operação contou com o apoio de diversas entidades, como a Secretaria de Ordem Pública (Seop), Guarda Municipal, Comlurb, Rioluz, Secretaria de Saúde e Polícia Militar. Essas ações visam não apenas a fiscalização, mas também a educação dos ambulantes sobre as normas sanitárias e urbanísticas vigentes, necessárias para garantir a segurança alimentar e a saúde da população.
Segundo a subprefeitura, desde o início de 2023, o espaço já estava interditado pela Defesa Civil devido ao risco de desabamento. A presença de comidas estragadas e a generalizada falta de higiene alarmaram as autoridades. O subprefeito Bernardo Rubião destacou que “a maioria dos ambulantes aqui não tem nem alvará e autorização para desempenhar a atividade. A gente encontrou nessa região vários depósitos irregulares”, reforçando a necessidade de um maior controle sobre a atividade dos vendedores ambulantes na região.
Os riscos à saúde pública
A situação dos depósitos clandestinos não é apenas uma questão de irregularidade legal, mas também representa um significativo risco à saúde pública. A presença de alimentos armazenados em condições inadequadas pode resultar na proliferação de doenças, que colocam em perigo não só os vendedores ambulantes, mas também os clientes que consomem os produtos. As autoridades recomendam que esses profissionais busquem alternativas legais para a comercialização de seus produtos, reduzindo assim os riscos e garantindo a segurança alimentar.
A luta dos ambulantes por condições melhores
Enquanto isso, os ambulantes continuam enfrentando desafios diários em sua luta por melhores condições de trabalho. A falta de suporte e a precariedade das opções de armazenamento tornam sua realidade ainda mais difícil. Muitos deles estão à mercê das circunstâncias e, muitas vezes, não têm escolha a não ser buscar espaços que, embora inseguros, oferecem uma solução temporária.
A necessidade de um diálogo entre as autoridades e os ambulantes é urgente, para que soluções viáveis possam ser encontradas. A regularização da atividade e a criação de espaços adequados para o armazenamento de mercadorias podem ajudar a evitar novas operações e garantir que todos possam trabalhar com dignidade e segurança.
Esse episódio sensibiliza a população sobre os desafios enfrentados por ambulantes em grandes cidades e destaca a importância de políticas públicas que promovam a inclusão e valorização do trabalho informal, mas respeitando as normas de saúde e segurança.
Continuaremos acompanhando essa situação e suas implicações para a comunidade de vendedores ambulantes e para a saúde pública na cidade do Rio de Janeiro.