Brasil, 6 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Derrota de Vaccari na eleição do Conselho Deliberativo da Petros

A reeleição de Fernando Sá representa um revés significativo para a figura do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

A recente eleição para o Conselho Deliberativo da Petros, o fundo de pensão da Petrobras, marcou uma reviravolta no cenário político do fundo. A articulação do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para ampliar sua influência na entidade sofreu um grande golpe com a reeleição do conselheiro independente Fernando Sá. O resultado, anunciado na última segunda-feira (2), mostra que a coletividade dos beneficiários do fundo está atenta às movimentações dentro da instituição.

A disputa acirrada na eleição

Fernando Sá, que ocupa o cargo desde 2021, foi reeleito com aproximadamente 11,8 mil votos, apenas 1,7 mil a mais do que seu concorrente, o sindicalista Adaedson Bezerra da Costa, um membro da cúpula da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). A vitória de Sá se deveu a um forte apoio do meio sindical, incluindo a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o presidente Deyvid Bacelar, figuras influentes na Petrobras. A mobilização em favor de Adaedson, embora significativa, não foi suficiente para garantir a vitória.

O impacto da vitória de Sá

A reeleição de Sá é vista como um sinal de resistência por parte dos beneficiários do fundo, refletindo descontentamento com as manobras de Vaccari para influenciar decisões que envolvem a liberação de recursos para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Nos últimos anos, os governos do PT, liderados por Lula e Dilma Rousseff, enfrentaram críticas por utilizarem fundos de pensão das estatais de forma que resultou em perdas significativas. No caso da Previ, por exemplo, um prejuízo de R$ 17,7 bilhões foi destacado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

As consequências para João Vaccari Neto

A derrota é um dos maiores reveses sofridos por Vaccari desde a sua saída do tesouraria. Ele havia tentado emplacar um indicado seu para a Diretoria de Investimentos da Petros, mas essa tentativa falhou devido a problemas de compliance. Agora, com a reeleição de Sá, seu plano de obter um controle maior sobre o fundo está ameaçado.

Além de enfrentar resistência no conselho deliberativo, Vaccari terá que lidar com a insatisfação dos beneficiários que, pelo que tudo indica, não estão dispostos a permitir uma nova onda de intervenções e investimentos questionáveis.

Os desafios que vem pela frente

Com a reeleição de Sá, o governo Lula provavelmente enfrentará dificuldades para implementar sua estratégia de utilização de fundos de pensão, essencial para o financiamento de obras que são vistas como fundamentais para a reeleição de Lula em 2026. Novas diretrizes recentemente aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) permitem o investimento em infraestrutura, mas com as regras do conselho da Petros ainda vigentes, a margem de manobra do governo fica limitada.

As implicações para o futuro do conselho da Petros

Atualmente, o conselho deliberativo da Petros conta com seis membros, divididos entre indicados pelas patrocinadoras (Petrobras e Transpetro) e eleitos pelos beneficiários. A situação atual sugere que, mesmo com a reeleição de Sá, a margem de manobra do governo e de Vaccari dentro da entidade continua estreita. Além disso, com a saída do presidente Henrique Jäger e a incerteza sobre o novo comando que será escolhido, o futuro da governança na Petros permanece incerto.

As movimentações ocorrerão nos próximos meses, e a escolhida do novo presidente da entidade, provavelmente, terá um impacto significativo sobre a direção do fundo e suas relações com os governos. Desta forma, a eleição recente pode atuar como um indicador claro da direção que os beneficiários desejam para sua instituição.

Assim, a derrota de Vaccari em mais esse pleito sugere que a vigilância sobre a governança do fundo de pensão, bem como a transparência em suas decisões, serão temas centrais nas próximas discussões que envolverão a Petros e seus beneficiários.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes