Brasil, 6 de junho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Comemorações em homenagem ao cardeal Iuliu Hossu na Capela Sistina

O Papa Francisco enalteceu a mensagem de esperança do cardeal Iuliu Hossu, que salvou milhares de judeus na II Guerra Mundial, em evento no Vaticano.

No dia 2 de junho, a Capela Sistina foi palco de uma cerimônia comovente, reunindo autoridades e representantes da Igreja Greco-Católica para relembrar a significativa ação do cardeal Iuliu Hossu, um bispo romeno que se destacou por sua coragem na salvaguarda de vidas durante a II Guerra Mundial. Em um discurso impactante, o Papa Francisco reforçou a ideia de “superar o ódio através do perdão”, ressuscitando a imagem de um mártir cuja fé inabalável serviu como exemplo em tempos de adversidade.

Uma homenagem ao apóstolo da esperança

As celebrações de ontem, solicitadas pela Federação das Comunidades Judaicas da Romênia e organizadas em conjunto com o Papa, visaram homenagear um verdadeiro “apóstolo da esperança”. O cardeal Hossu, que viveu de 1885 a 1970, utilizou sua posição como bispo greco-católico de Cluj-Gherla para proteger e salvar milhares de judeus perseguidos. O evento foi parte das atividades do Ano Jubilar dedicado à esperança, e segundo o que foi mencionado pelo Papa, a mensagem de Hossu é “mais atual do que nunca”.

“Hoje, de certa forma, ele entra nesta Capela, depois que São Paulo VI, em 28 de abril de 1969, o criou cardeal ‘in pectore’,” destacou o Papa em seu discurso.

O legado do cardeal, em processo de reconhecimento como “Justo entre as Nações”, foi ressaltado pelo Papa ao lembrar dos enormes riscos que Hossu correu para defender a dignidade dos perseguidos. Em uma de suas cartas, ele apelou por sacrifícios visando a “obra de socorro” aos judeus, guiado por uma “ardente caridade humana”.

O cardeal martirizado e sua forte mensagem

Dom Hossu, junto com outros seis bispos mártires da Igreja Greco-Católica, foram assassinados em decorrência de sua fé durante o regime comunista na Romênia. Em 2 de junho de 2019, ele foi beatificado pelo Papa Francisco, que recordou a coragem e a fortaleza interior desses líderes religiosos que enfrentaram os horrores da prisão e da tortura, mantendo-se fiéis à sua Igreja.

Durante a cerimônia na Capela Sistina, o foco foi a resiliência do cardeal Hossu, descrito como um “símbolo de fraternidade além de qualquer fronteira étnica ou religiosa”. O evento em 2025 marcará os 140 anos de seu nascimento e será um momento especial de recordação e fé.

No domingo que antecedeu as comemorações, a Divina Liturgia em língua romena foi celebrada na Basílica de São Pedro, com a participação de mais de 900 fiéis de várias partes do mundo. Entre os concelebrantes, estavam importantes figuras da Igreja, como o cardeal Claudio Gugerotti e dom Giampiero Gloder, núncio apostólico na Romênia e Moldávia.

A atualidade da mensagem de Hossu

O discurso do Papa na Capela Sistina ressaltou a relevância do compromisso da Igreja em proteger os mais vulneráveis e construir uma sociedade baseada no respeito à dignidade humana. A mensagem de Iuliu Hossu, conforme destacado, continua sendo um chamado “profético para superar o ódio através do perdão”.

“Digamos ‘não’ à violência, a toda violência, ainda mais se perpetrada contra pessoas inermes e indefesas”, afirmou o Papa, conclamando a todos a se unirem em torno da paz e da solidariedade.

Em seus encerramentos, o Papa Francisco enfatizou que o lema de vida de Hossu, “A nossa fé é a nossa vida”, deve ser um guia para todos os cristãos. Ele espera que o exemplo do cardeal e sua amizade se tornem uma luz para os desafios do mundo atual.

As discussões e reflexões durante esta cerimônia foram um testemunho de que, mesmo em tempos de escuridão, atos de coragem e compaixão podem e devem brilhar como faróis de esperança para as gerações futuras.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes