A vida cristã é descrita como um caminho repleto de momentos significativos que nutrem a esperança. O Papa Paulo VI, através de suas reflexões, nos convida a cultivar essa virtude essencial, especialmente em tempos de dificuldades e incertezas. Em sua bula de proclamação do Jubileu Ordinário de 2025, ele reafirma que “a esperança não engana”, orientando cristãos a prosseguirem em sua jornada de fé, firmes no propósito de encontrar o Senhor Jesus.
A esperança como força motriz
O mês de maio de 1970 marca uma audiência geral em que Paulo VI expôs a relação intrínseca entre fé e esperança. Segundo suas palavras, a fé é uma promessa que insere o cristão em um contexto de futuro tanto temporal quanto espiritual. A Epístola aos Hebreus enfatiza que “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam”. Esta passagem reflete a importância da esperança, que energiza a vida e a aterra na prática da caridade.
O papel dos papas anteriores
A história da Igreja é repleta de ensinamentos sobre a esperança, e Paulo VI não esqueceu de mencionar seus predecessores. Em sua Carta Encíclica Populorum Progressio, o Papa relembra os ensinamentos de papas como Leão XIII e João XXIII. Ele destaca que essas mensagens perspicazes mostram que, apesar dos desafios enfrentados pelo mundo, a esperança continua a ser uma luz a guiar os fiéis. Com isso, ele ilustra que é possível construir um futuro mais humano e solidário, onde cada um tem um papel a desempenhar.
A construção de uma sociedade fraterna
O que Paulo VI propõe é não apenas uma esperança passiva, mas um chamado à ação. Ele enfatiza que a eficácia da esperança está na disposição de seus seguidores em trabalhar por um mundo melhor, um mundo que abrace a fraternidade e solidariedade. Através de sacrifícios e amores, as pessoas podem exigir mudanças que não apenas impactam suas vidas, mas o todo da humanidade.
Reflexões sobre o papel do jovem
Segundo o Papa, a juventude carrega em seu âmago um dinamismo promissor que necessita de esperança para se impulsionar. Ele observa que muitos jovens contemporâneos buscam incessantemente por um futuro melhor, uma busca que é alimentada pela esperança. Através dela, esses jovens são instigados a se engajar em ações positivas, estudos e de troca de opiniões que buscam um propósito maior em suas vidas.
A esperança em ação
De acordo com Paulo VI, a esperança é uma virtude que permeia o ato de viver o cristianismo no dia a dia. Isso se traduz em ações que buscam a justiça social, a paz e a promoção do bem comum. A mensagem que emana de sua obra é clara: não é suficiente esperar por um futuro melhor; é necessário agir para que esse futuro seja concretizado. A esperança cristã deve se traduzir em mudanças tangíveis que impactem a sociedade.
A conclusão que se pode tirar de suas reflexões é que cada cristão deve se tornar um agente ativo de mudança, levando adiante a luz da esperança em suas comunidades. Este é o chamado que ressoa através das gerações e que continua a guiar a Igreja em sua missão de amor e serviço.
O Papa Paulo VI, portanto, não apenas identifica a esperança como uma necessidade humana, mas também uma responsabilidade que deve ser cultivada, especialmente por aqueles que se identificam como cristãos. O entendimento de que “a esperança não engana” propõe uma força motivadora que, mesmo diante de dificuldades, pode guiar a humanidade para um futuro de paz e amor.
O tema da esperança, presente na obra de Paulo VI, é um lembrete poderoso de que a fé é a âncora que nos sustenta em tempos de incerteza e dificuldades. Assim, ao nutrirmos esperanças por um mundo melhor, somos desafiados a ser os protagonistas dessa transformação.
*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.
Para mais informações sobre a virtude da esperança e os ensinamentos do Papa Paulo VI, acesse o site da Vatican News.