O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou que irá consultar os líderes das principais forças políticas do país antes de indicar o próximo primeiro-ministro, após a saída do atual governo de Montenegro. A decisão foi publicada no site da Presidência, após reuniões com representantes do Partido Socialista (PS), Aliança Democrática (AD) e Chega.
Contexto da saída de Montenegro
Montenegro permaneceu no cargo por 11 meses, tendo seu mandato marcado por momentos de instabilidade, incluindo uma moção de confiança rejeitada pelo Parlamento. Apesar de enfrentar casos relacionados à sua empresa familiar, o deputado conseguiu ampliar sua bancada de 77 para 88 deputados, mas sem garantir uma maioria estável. A votação ocorreu em meio a crises que levaram o país à terceira eleição em três anos.
Desempenho do Parlamento e cenário político atual
O governo minoritário da Aliança Democrática, partido do ex-primeiro-ministro, ainda precisa aprovar o Orçamento do Estado, cuja votação está prevista para ocorrer nos próximos dias. Com o apoio do PS e do ultradireitista Chega, a composição parlamentar permanece instável, pois ambos partidos representam posições extremas políticos.
Ascensão da ultradireita e novas alianças
O ultrapassado Chega, que expansionou sua bancada de 50 para 60 deputados, consolidou-se como uma força de oposição capaz de influenciar o cenário político até mesmo em possíveis eleições futuras. Para tentar manter sua base de apoio, o governo de Montenegro tem se aproximado de agendas defendidas pelo Chega, especialmente na área de imigração, o que tem gerado debates sobre o futuro das políticas migratórias no país.
Implicações e próximas etapas
Segundo a fonte do O Globo, a indicação do novo primeiro-ministro dependerá do posicionamento dos partidos após a apresentação do programa de governo. A expectativa é que o apoio do PS e do Chega seja decisivo na formação da futura equipe liderada por Marcelo Rebelo de Sousa, que deixará o cargo após as eleições de janeiro de 2026.
A situação política de Portugal continua bastante incerta, com movimentos de alta estratégia por parte do Executivo e da ultradireita antes de novas eleições. O cenário sinaliza um período de instabilidade, mas também de ajustes que poderão definir o rumo do país nos próximos anos.
