A conferência realizada esta terça-feira (27/05) na Livre Universidade Maria Santíssima Assunta – Lumsa, em Roma, abordou temas centrais da ética jornalística em um mundo cada vez mais digital e polarizado. O evento, parte das comemorações do 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais, teve como foco a mensagem do Papa Francisco: “Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações”.
A relevância da mensagem do Papa Francisco
O encontro, moderado por Maurizio di Schino e Fabio Bolzetta, presidentes da União Católica da Imprensa Italiana (UCSI) do Lácio e da associação WebCatólicos Italianos (WeCa), buscou refletir sobre como a comunicação pode ser utilizada como uma ferramenta de esperança e diálogo. Durante a conferência, a mensagem do Papa foi destacada como um convite à reflexão sobre a busca de formas de comunicação mais respeitosas e menos agressivas, fator essencial para a construção de um ambiente de respeito mútuo nos meios digitais.
Prêmio Paulinas 2025 destaca contribuições para a comunicação
Uma das partes mais significativas do evento foi a entrega do Prêmio Paulinas 2025 ao chefe do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini. A decisão de conceder este prêmio foi pautada pelo estilo inclusivo e dialogante de Ruffini, além de sua dedicação em valorizar o confronto de ideias na comunicação. “Devemos desarmar a comunicação e purificá-la da agressividade”, afirmou Ruffini ao receber o prêmio, retomando uma mensagem que o Papa já havia destacado em outras ocasiões.
Mansidão como pilar da informação
Para os palestrantes, a mansidão deve impregnar não apenas a linguagem, mas também o ato da comunicação em si. O padre Paolo Padrini, conselheiro da WeCa, reiterou que a mansidão deve ser acompanhada de um compromisso genuíno com a verdade. Isso implica em redescobrir a beleza do jornalismo, que não se limita à transmissão de informações, mas envolve a criação de um espaço de diálogo e discussão, essencial nos dias atuais.
O papel do jornalista na luta contra a desinformação
Andrea Tornielli, diretor editorial da mídia vaticana, enfatizou a crescente ameaça das fake news e a necessidade de os jornalistas promoverem um compromisso ético em relação à comunicação. “Estamos em um tempo em que a responsabilidade deve ser central na prática do jornalismo”, disse Tornielli. A preocupação com a “dispersão programada da atenção” em meio ao bombardeio de informações digitais, conforme mencionado pelo Papa Francisco, reforça a importância desse compromisso ético e humano.
A deontologia como ferramenta de transformação
Ao falarem sobre deontologia, os representantes da Ordem regional dos jornalistas, Carlo Bartoli e Guido D’Ubaldo, expressaram que este código deve ser visto não apenas como um conjunto de regras, mas como um guia ativo na busca pela verdade e pela responsabilidade social. A deontologia pode agir como uma estrutura viva, promovendo respeito e cuidado nas narrativas jornalísticas, uma ação que é essencial em tempos de crises informativas e sociais.
Além das palestras, o evento também contou com momentos de diálogo e interação entre os participantes, evidenciando a necessidade de um espaço seguro e respeitoso para debates abertos. Assim, a conferência não apenas celebrou a importância da comunicação ética, mas também reafirmou o papel dos jornalistas como agentes de esperança em um mundo muitas vezes fragmentado e polarizado.
O evento foi encerrado com reflexões do diretor de comunicação de Formez, Sergio Talamo, e de Paolo Valente, vice-diretor da Caritas italiana, que destacaram a responsabilidade coletiva de promover um jornalismo que não apenas informe, mas também transforme.
