No dia da sua eleição, Leão XIV recebeu uma cruz peitoral de prata do Círculo de São Pedro, que agora guarda os fragmentos de ossos de quatro bispos ilustres: São Leão Magno, Santo Agostinho, São Tomás de Vilanova e o Beato Anselmo Polanco. Essa obra é um gesto simbólico que reflete o desejo do Papa de se conectar com sua herança religiosa e a proteção de seu homônimo.
Os bispos que marcam a história da Igreja
São Leão Magno, considerado um dos grandes doutores da Igreja, viveu entre os séculos IV e V. Durante sua vida, ele foi crucial para promover a unidade da Igreja, combater heresias e estabelecer a primazia do bispo de Roma. Leão XIV, que é seu sucessor, encontra-se agora ligado a esse legado, tendo suas relíquias incorporadas à cruz que representa sua autoridade papal.
Outros dois bispos, Santo Agostinho e São Tomás de Vilanova, também têm uma importância significativa na história e espiritualidade cristã. Agostinho, que foi um importante filósofo e teólogo, escreveu obras que fundamentaram a doutrina cristã, enquanto São Tomás de Vilanova, conhecido por sua caridade e dedicação aos pobres, exemplificou o amor ao próximo em suas ações. O Beato Anselmo Polanco, embora menos conhecido, é igualmente venerado por sua vida de fé e martírio.
A iniciativa do padre Silvestrini
A ideia de incorporar essas relíquias à cruz peitoral partiu do padre Bruno Silvestrini, guardião do sacrário apostólico. O religioso, compreendendo o desejo de Leão XIV de se sentir próximo a Leão Magno, encomendou uma nova cruz que abrigasse as relíquias dos quatro bispos. Para isso, ele buscou a expertise de Antonino Cottone, um especialista em relicários que já havia realizado trabalhos similares anteriormente.
Detalhes da confecção da cruz relicária
Em um trabalho minucioso, Antonino Cottone utilizou técnicas tradicionais de relicário para criar a pequena cruz que cercaria as relíquias. Compreendendo a relevância dos materiais, ele usou filigranas de papel dourado sobre moiré vermelho, criando uma bela peça decorativa que abriga as relíquias de maneira respeitosa e artística. Em apenas duas horas, Cottone fez um trabalho que não apenas destaca as relíquias, mas também adorna a cruz que representa a fé de milhões de católicos ao redor do mundo.
A entrega ao Papa Leão XIV
Após finalizar o trabalho, Cottone entregou com emoção a cruz peitoral a Leão XIV. O momento foi de grande significância para ambos, simbolizando não apenas a continuidade da tradição religiosa, mas também a ligação íntima entre passado e presente na Igreja Católica. Ao colocar a cruz em seu pescoço, o Papa não apenas aceitou um presente material, mas também um legado espiritual que une seu papado aos de grandes líderes da Igreja.
Esse gesto revitaliza a conexão entre a liderança atual da Igreja e suas raízes históricas, convidando os fiéis a refletirem sobre a continuidade e a fé que transcende gerações.