Uma cena triste marcou o jogo entre São Paulo e Talleres, realizado na última terça-feira (27), válido pela fase de grupos da Libertadores. O lateral-esquerdo Miguel Navarro, do Talleres, se emocionou e chegou a chorar em campo, demonstrando um forte abalo emocional que culminou em uma ameaça de deixar a partida.
O episódio ocorreu logo após o gol de Luciano, que garantiu a vitória do São Paulo no Morumbi. Navarro, visivelmente irritado, teve um desentendimento com o volante tricolor Bobadilla, que foi o centro da polêmica durante o confronto.
Repercussões da acusação de racismo
Apesar do ocorrido, o árbitro Piero Maza optou por seguir com a partida, que teve 10 minutos de acréscimos antes de chegar ao fim, confirmando a primeira vitória do São Paulo em casa na edição de 2025 da competição.
Após o apito final, Navarro concedeu uma entrevista ao jornalista Eduardo Affonso, da ESPN, onde relatou que se sentiu ofendido por algo que foi dito por Bobadilla, mas preferiu não entrar em detalhes sobre o que aconteceu no momento da partida.
“Não quero falar, ele sabe o que disse. Foi com Bobadilla. Não quero falar do jogo”, declarou o defensor.
O capitão do Talleres, Augusto Schott, também se pronunciou depois do jogo, afirmando que Navarro foi alvo de um ato de racismo em pleno Morumbi. “Quero falar sobre um ato de racismo que nós sofremos. Nos dói porque estamos num lugar em que se promove muito a luta contra o racismo. Um companheiro nosso ficou muito triste. Não queria deixar passar simplesmente isso”, comentou o veterano.
Comentários de especialistas e técnicos
O técnico do Talleres, Mariano Levisman, corroborou a declaração de Schott, enfatizando que Navarro foi vítima de um ato xenofóbico por parte do jogador são-paulino durante a partida. As acusações de racismo no futebol brasileiro são questões que vêm ganhando cada vez mais atenção, e incidentes como o recente parecem ilustrar a necessidade urgente de medidas mais eficazes para combater essa prática.
Após o apito final da partida, Navarro se dirigiu à Polícia Militar no Morumbi, conforme informado pelo jornalista Guilherme Azevedo, da revista Placar, buscando registrar a ocorrência e dar sequência ao que considera uma grave acusação.
Esses acontecimentos trazem à tona não apenas a dramática experiência vivenciada pelo atleta venezuelano, mas também revelam a importância de uma discussão contínua sobre racismo e xenofobia no esporte. Em um país que frequentemente enfrenta acusações sobre racismo, a situação clama por diálogo, respeito e mudanças significativas na cultura do futebol.
Os próximos passos e qualquer ação a ser tomada em relação a Bobadilla ou à equipe do São Paulo ainda devem ser definidos pelas autoridades competentes, mas o incidente certamente deixará um legado importante sobre a forma como tratamos tais questões dentro e fora do campo.
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*matéria em atualização