Brasil, 29 de maio de 2025
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Ricardo Darín questiona preços de empanadas na Argentina

O ator Ricardo Darín criticou o alto preço das empanadas durante programa de TV, gerando polêmica com o ministro da Economia, Luis Caputo

Durante uma entrevista transmitida na televisão argentina, o renomado ator Ricardo Darín questionou o elevado valor das empanadas no país, associando a situação à crise econômica. Darín se mostrou perplexo com o custo de uma dúzia de empanadas, que atualmente chega a 48 mil pesos (cerca de US$ 42 ou R$ 238,20), e criticou a política econômica do governo.

Reação à política de anistia fiscal e aos preços elevados

O ator argentino criticou o novo programa de anistia fiscal lançado pelo governo de Javier Milei para estimular o consumo, ao incentivar a legalização do dólar guardado pelas famílias “debaixo do colchão”. Ele afirmou que a medida não faz sentido diante da realidade da população, especialmente considerando a elevada inflação e o aumento do custo de vida.

Ricardo Darín e a crise econômica na Argentina

Convidado no sábado à noite para o programa de Mirtha Legrand, Darín comentou de forma incisiva: “Não entendo nada. Me chama atenção essa ideia de tirar os dólares do colchão. Uma dúzia de empanadas custa 48 mil pesos — então, não entendo do que eles estão falando. Muitas pessoas estão passando por dificuldades.”

O ator destacou que, apesar do cenário de crise, o governo mantém uma postura de otimismo exagerado, o que acaba frustrando a população. “A situação é difícil: com 38% de pobreza, consumo em queda há mais de um ano e aposentados recebendo um terço da cesta básica, fica difícil entender essa felicidade aparente”, comentou Darín.

Reações nas redes sociais e resposta do ministro

O comentário de Darín causou repercussão nas redes sociais, onde internautas dividiram opiniões. O ministro da Economia de Milei, Luís Caputo, respondeu ao ator pelo perfil no X (antigo Twitter), minimizando a crítica. “As empanadas não custam isso, Ricardito. Fica tranquilo, as pessoas comem empanadas gostosas por 16 mil pesos (R$ 14 ou R$ 79)”, afirmou Caputo.

Segundo o ministro, o valor mencionado por Darín é um exagero, e a desinformação reforça a crise de valores. Caputo acrescentou que “a economia argentina está estabilizando” e que o aumento no preço de alguns produtos é resultado da valorização do peso frente ao dólar, o que também eleva os custos de importação e inflação.

Contexto político e econômico da Argentina sob Milei

Desde que assumiu a presidência em dezembro de 2023, Javier Milei implementa uma política de ajuste econômico agressiva, caracterizada por corte de cargos no Estado e liberalização de preços. Com uma política de valorização cambial, o peso argentino disparou em relação ao real, agravando a inflação e a diminuição do poder de compra.

O país recebeu recentemente um novo empréstimo de 20 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional (FMI), reforçando a confiança internacional na gestão de Milei. Apesar disso, a maioria da população sofre com a alta de preços e a deterioração do salário real, o que gera forte insatisfação social.

Perspectivas futuras e impactos na população

Especialistas alertam que, embora o governo tenha conseguido reduzir a inflação de 211% em 2023 para 118% em 2024, a situação econômica ainda é instável. A crise social, somada à desaceleração do consumo, traz desafios para a continuidade das reformas e o bem-estar da população.

Ricardo Darín, por sua vez, expressou a preocupação de muitos argentinos diante da crise: “Muita gente passa dificuldades, e o preço de uma empanada simboliza a desigualdade absurda que estamos vivendo”, afirmou.

Presidente da Argentina, Javier Milei
Presidente da Argentina, Javier Milei — Foto: Emiliano Lasalvia / AFP

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