O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) provocou controvérsias nesta segunda-feira ao afirmar que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pode vir a ser incluído em um “rol de possíveis sancionados” pelo governo dos Estados Unidos. Essa declaração surge após a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitar a abertura de um inquérito para investigar a atuação de seu irmão, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), nos EUA, onde ele está estabelecido desde fevereiro.
Reação de Flávio a inquérito contra Eduardo
Flávio não poupou críticas ao se manifestar nas redes sociais, alegando que “a democracia acabou no Brasil” e que as ações do Ministério Público Federal visariam pressionar um parlamentar que procura apoio internacional. “Gonet repete o veneno usado por Alexandre de Moraes – que pode levá-lo a ser sancionado pelo governo americano”, escreveu o senador, insinuando que a investigação é uma estratégia para intimidar seu irmão.
Apenas para contextualizar, o deputado Eduardo está licenciado do cargo e vive fora do Brasil enquanto as tensões políticas no país aumentam. Ele afirmou que só retornará ao Brasil caso o ministro Alexandre de Moraes seja sancionado pelas autoridades americanas, insinuando uma relação entre sua segurança e a política de sanções.
PGR menciona atitudes de Eduardo
No pedido da PGR, Gonet menciona diversas postagens em redes sociais e declarações públicas de Eduardo, que, segundo ele, possuem um caráter intimidador. O procurador afirmou que tais postagens visam coagir tanto juízes quanto autoridades públicas, apontando para uma tentativa deliberada de embaraçar o trabalho da Justiça.
Ação do PT no Conselho de Ética
Enquanto isso, a liderança do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados anunciou sua intenção de acionar o Conselho de Ética da Casa contra Eduardo Bolsonaro. O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), declarou que não apenas pedirá a cassação do mandato do deputado, mas também a sua prisão preventiva, considerando suas ações uma “grave agressão” às instituições brasileiras.
Farias enfatizou que a representação contra Eduardo busca defender a democracia no Brasil e evitar intimidações por parte de parlamentares. Ele ressaltou que Eduardo, ao fazer declarações sobre a existência de uma “ditadura” no Brasil, tenta coagir os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Possíveis consequências da investigação
Além das ações tomadas pela PGR, a situação se complica ainda mais com a possibilidade de sanções internacionais. Na semana passada, o chefe do Departamento de Estado dos EUA, Marco Rubio, levantou a possibilidade de punições ao ministro Alexandre de Moraes, destacando que há um crescente reconhecimento pela comunidade internacional das tensões políticas no Brasil.
A situação é delicada e a comunicação entre Eduardo e as autoridades americanas é uma temática central nesta discussão, pois Eduardo sugere que suas ações estão amparadas por um apoio externo. “Ameaças de sanções podem afetar diretamente a atuação das instituições brasileiras”, comentou um analista político em entrevista, evidenciando a seriedade do cenário político atual.
Expectativas de Eduardo Bolsonaro
Em meio a toda essa turbulência, Eduardo Bolsonaro mantém sua posição de que seguirá fora do país até que a situação com Moraes se resolva. “Eu quero retornar, mas não posso levar uma pena de 12 anos na cabeça”, declarou, revelando sua preocupação com a possibilidade de enfrentar severas consequências legais por suas ações e declarações.
A situação com os Bolsonaro e o governo brasileiro reflete uma tensão crescente que poderá ter repercussões significativas tanto no cenário político interno quanto nas relações exteriores do Brasil, especialmente se as sanções propostas forem efetivadas.
Enquanto isso, a sociedade brasileira observa de perto as movimentações de seus representantes e as possíveis implicações que essas ações podem ter no futuro político do país.