O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou nesta segunda-feira (26/5) que a indústria brasileira busca evitar extremismos e valoriza o diálogo nas relações comerciais com os Estados Unidos e a China. Durante evento em Brasília, ele comentou as tensões atuais, especialmente as guerras tarifárias entre Brasil, EUA e a China.
Diálogo com os Estados Unidos diante de guerras tarifárias
Alban destacou que a guerra tarifária promovida pelo governo de Donald Trump impactou a economia mundial e que a indústria brasileira está mobilizada para manter o diálogo com os Estados Unidos. “Desde os primeiros anúncios, temos empenhado esforços para evitar extremismos e defender a manutenção do diálogo junto a esse importante parceiro comercial”, afirmou Alban.
Atenção às relações com a China e a balança comercial
O presidente da CNI também alertou para a relação com a China, ressaltando que a balança comercial é mais favorável ao país asiático.
“Precisamos estar atentos, também, na relação com a China. O estreitamento do comércio com esse parceiro precisa vir acompanhado de um protagonismo da nossa indústria de transformação, que hoje está em enorme desvantagem na balança comercial”, afirmou Alban.
Segundo ele, a China apresenta uma demanda crescente por produtos agropecuários, minerais e insumos industriais, beneficiando setores de commodities no Brasil. No entanto, Alban destacou a necessidade de uma estratégia robusta para promover o produto manufaturado brasileiro na China, com maior espaço para produtos de maior valor agregado.
Desafios internos e a preocupação com projetos que elevam custos
O líder da indústria criticou a surpresa constante com projetos e debates que, sem análises adequadas, podem elevar custos e prejudicar o setor. Além disso, ressaltou que investimentos em qualificação, tecnologia, inovação e sustentabilidade podem ser prejudicados se a indústria não for ouvida em temas como reforma tributária, modernização do setor elétrico e redução da carga tributária.
Impacto da redução da jornada de trabalho na indústria brasileira
Com relação à redução da jornada de trabalho, Alban citou estudos da CNI que indicam que a diminuição de 44 para 40 horas semanais pode gerar aumento de custos de até R$ 88 bilhões anuais na indústria e R$ 260 bilhões na economia como um todo. Ele destacou que uma redução ainda maior, para 36 horas, traria custos ainda mais altos. “Sem aumento de produtividade, essa medida não é viável, especialmente neste momento de pleno emprego”, afirmou Alban.
Postura contra aumento da carga tributária
Alban também manifestou apoio ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Rebublicanos-PB), ao se posicionar contra a elevação de impostos no país. “Somos a favor do equilíbrio e do bom senso. Precisamos de soluções, e uma delas é a tributação das big techs”, disse Alban. Ele enfatizou que onerar mais o setor produtivo recai sobre o consumidor final.
Durante o evento, que contou com outras autoridades, como o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e o vice-presidente do MDIC, Geraldo Alckmin, Alban reforçou a importância do diálogo e da busca por soluções que favoreçam o desenvolvimento industrial brasileiro.
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