Mais de 2 mil trabalhadores terceirizados do setor de montagem e manutenção da Refinaria Henrique Lage (Revap), localizada em São José dos Campos, iniciaram uma greve nesta segunda-feira (26). A decisão foi tomada após os funcionários rejeitarem a proposta do reajuste salarial de 6%, considerado insuficiente para cobrir as perdas salariais acumuladas e atender às necessidades básicas dos trabalhadores.
Motivos da Greve
O sindicato que representa a categoria argumenta que o percentual oferecido não reflete a realidade econômica enfrentada pelos trabalhadores, que têm visto o custo de vida aumentar consideravelmente. Segundo lideranças sindicais, a proposta apresentada pela Petrobras, responsável pela Revap, não leva em consideração a defasagem salarial nos últimos anos e a inflação, que tem comprometido a capacidade de compra dos funcionários.
Audiência de Conciliação
Uma audiência de conciliação foi agendada para a próxima quarta-feira (28) no Tribunal Regional do Trabalho, na esperança de que a situação possa ser resolvida por meio do diálogo. Os representantes da categoria esperam que a mediação traga uma nova proposta que seja mais condizente com as expectativas e necessidades dos trabalhadores.
Posicionamento da Petrobras
A Petrobras, por meio de uma nota oficial, reiterou que sua atuação se limita à contratação de empresas prestadoras de serviços. A empresa informou que não interfere nas relações entre as companhias contratadas, seus trabalhadores e os sindicatos. Além disso, a estatal destacou que o movimento grevista representa apenas uma parcela dos funcionários de empresas terceirizadas da Revap.
Apesar da greve, a Petrobras garantiu que “todos os contratos de serviço estão em conformidade com a legislação vigente” e que as operações da refinaria continuam normalmente. A informação sobre a continuidade das operações visa tranquilizar a população e assegurar que não haverá interrupção nos serviços essenciais prestados pela refinaria.
Impacto na Comunidade
A greve dos trabalhadores terceirizados da Revap não afeta apenas os funcionários e suas famílias, mas também a economia local e a comunidade ao redor da refinaria. A Revap é uma importante fonte de emprego e receita na região, e a paralisação pode ter efeitos cascata em diversos setores, especialmente na pequena e média empresa que dependem da movimentação econômica gerada pelo complexo industrial.
Os trabalhadores, que lutam por melhores condições e salário compatível com suas necessidades, esperam que a audiência de conciliação traga um resultado positivo. O apoio da população e de outros setores da indústria pode ser crucial para o sucesso dessa greve e para um desfecho favorável para todas as partes envolvidas.
Próximos Passos
A expectativa é que, com o apoio do sindicato e a mediação do Tribunal Regional do Trabalho, novos encaminhamentos possam ser discutidos na audiência de quarta-feira. Os trabalhadores estão mobilizados e unidos, pois acreditam que é o momento de reivindicar condições justas e dignas para todos.
Em tempos de altas nos preços e uma economia desafiadora, a mobilização dos trabalhadores terceirizados da Revap emerge como um reflexo da luta por direitos e dignidade no trabalho. A classe trabalhadora, ao se unir em busca de melhores condições, não apenas reivindica por si mesma, mas também estabelece um precedente para futuras negociações na indústria e outros setores do país.