Brasil, 29 de maio de 2025
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Após abril vermelho, Lula deve desapropriar fazenda em agenda com MST

O presidente Lula se prepara para anunciar a desapropriação da Fazenda Brasileira, atendendo a demandas do MST após intensas ocupações.

Após um intenso “Abril Vermelho”, que registrou 30 ocupações de terra espalhadas pelo Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirma seu compromisso com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ele deve se reunir com integrantes do movimento nesta semana, uma decisão que pode ter impactos significativos na reforma agrária no país. A expectativa é que Lula, acompanhado do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, visite o Paraná no próximo dia 29 para anunciar a desapropriação da Fazenda Brasileira, uma demanda histórica do movimento.

Movimento por reforma agrária se intensifica

A reunião é esperada com grande ansiedade por parte das lideranças do MST, especialmente considerando que a desapropriação se refere a uma área que abriga o acampamento Maila Sabrina, onde residem aproximadamente 1.600 famílias. Esses trabalhadores rurais estão há mais de duas décadas esperando por sua transformação em assentamento definitivo. A promessa de Lula de avançar com a reforma agrária pode trazer esperança aos militantes, que se sentem pressionados a obter resultados após um “Abril Vermelho” marcado por reivindicações e protestos.

Durante o mês de abril, o MST utilizou o aniversário do massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996, para chamar a atenção para questões agrárias. A tragédia, que resultou na morte de 21 trabalhadores rurais pelas forças policiais, se tornou um marco para o movimento, que busca justiça e reconhecimento de seus direitos até hoje. As ações realizadas em abril foram vistas como um ato de pressão para forçar o governo a atender suas demandas.

Expectativas e desafios da reforma agrária

Além do anúncio iminente da desapropriação da Fazenda Brasileira, o MST tem manifestado preocupação com a condução do Ministério do Desenvolvimento Agrário. As lideranças do movimento criticam a atuação de Paulo Teixeira, alegando falta de compreensão sobre as reais necessidades do campo e pedindo sua substituição. A pressão por ações mais ágeis se intensificou, especialmente após o governo federal ter anunciado, em março, uma série de editais e linhas de crédito para a reforma agrária em um evento realizado em um assentamento em Minas Gerais – medidas que, para os líderes do MST, não foram suficientes.

Diálogo com o governo e limitações orçamentárias

Por outro lado, o Palácio do Planalto tem buscado desviar as críticas, pedindo “calma” aos militantes. O governo enfrenta um contexto de restrições orçamentárias que dificultam a implementação imediata de políticas mais abrangentes voltadas à reforma agrária. Essa realidade tem gerado um clima de tensão entre os trabalhadores rurais e o governo, que se manifestam em atos de reivindicação.

O compromisso do presidente Lula em se reunir com o MST pode sinalizar uma nova fase de diálogo, em um momento em que a insatisfação generalizada com a condução da política agrária se torna cada vez mais evidente. As promessas de ações concretas, como a desapropriação da Fazenda Brasileira, são vistas como essenciais para restaurar a confiança do movimento na capacidade do governo de promover mudanças significativas na estrutura agrária do país.

Olhando para o futuro: as eleições de 2026

Com o horizonte das eleições de 2026 se aproximando, a movimentação do governo também é vista sob essa ótica. A relação entre o governo e o MST pode ser um fator crucial para o fortalecimento da base de apoio de Lula, especialmente considerando as pressões e desafios que o governo enfrenta atualmente. A insatisfação do movimento pode refletir na percepção popular do governo, afetando sua imagem e sua capacidade de mobilizar apoio nas próximas eleições.

Dessa forma, a visita do presidente Lula ao Paraná e o anúncio da desapropriação da Fazenda Brasileira serão momentos fundamentais para demonstrar a disposição do governo em atender as reivindicações do MST e avançar na reforma agrária, ao mesmo tempo em que busca restaurar a confiança de um setor vital da população.

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