A elevação das alíquotas do IOF, anunciada semana passada pelo governo para equilibrar as contas públicas, tende a tornar o crédito mais caro, segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Em discurso nesta segunda-feira (26), Mercadante reforçou a necessidade de reduzir a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 14,75% ao ano, que vem em ciclo de alta desde setembro do ano passado.
Impacto do aumento do IOF na concessão de crédito
De acordo com Mercadante, o aumento do IOF dificulta o acesso ao crédito. “O IOF é uma medida restritiva, enquanto a Selic gera dívida, e o IOF, arrecadação”, afirmou durante evento em comemoração ao Dia da Indústria, na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. Ele lembrou que as alíquotas já foram mais elevadas em governos anteriores e defendeu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que também participou do evento.
Segundo Mercadante, Haddad precisa cumprir o arcabouço fiscal, mas também buscar alternativas para aumentar a arrecadação, como a elevação de impostos sobre apostas esportivas, que estão pressionando os orçamentos familiares. “Vamos buscar mais formas de arrecadação e reduzir o peso do crédito restritivo”, declarou.
Recomendações para retomada do crescimento
O presidente do BNDES criticou o elevado nível da Selic, afirmando que ela está “fora da curva” e prejudica o crescimento da concessão de financiamentos pelo banco de fomento. Ele destacou que é possível reduzir a taxa de juros básica de forma “gradual, segura e sustentável” para estimular a economia sem comprometer o controle fiscal.
“Queremos uma política que permita baixar a Selic e ampliar o crédito, apoiando a indústria e o desenvolvimento sustentado do país”, afirmou Mercadante. Ele também anunciou a ampliação da previsão de recursos para o programa Nova Indústria Brasil (NIB), que agora deve receber até R$ 300 bilhões em financiamentos até 2026, ante os R$ 259 bilhões inicialmente previstos.
Perspectivas futuras
O banco de fomento já liberou cerca de R$ 205 bilhões do total previsto e estima ampliar o valor até o fim de 2025. Para Mercadante, a combinação de menores custos de financiamento e maior arrecadação será fundamental para promover o crescimento econômico sustentável, respeitando os limites fiscais.
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