O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta segunda-feira os depoimentos na ação penal relacionada à trama golpista que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus. O clímax dessa audiência é marcado pela expectativa da declaração de novas testemunhas, incluindo o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Testemunhas do caso
Nesta sessão, Queiroga será ouvido como testemunha de Augusto Heleno, que é ministério do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante a gestão de Bolsonaro. Além disso, ele foi indicado pela defesa de Walter Braga Netto, que foi candidato à vice-presidência na chapa de Bolsonaro em 2022 e atualmente encontra-se preso preventivamente. Ao todo, sete testemunhas convocadas por Heleno também serão ouvidas, com os depoimentos ocorrendo por videoconferência.
Na primeira semana de audiências, conforme noticiado por O GLOBO, os depoimentos de ex-comandantes das Forças Armadas forneceram detalhes significativos sobre a dinâmica que cercou as discussões de um plano para manter Bolsonaro no poder, o que enfraqueceu a estratégia de defesa do ex-presidente. Os ex-comandantes Carlos de Almeida Baptista Júnior, da Aeronáutica, e Marco Antônio Freire Gomes, do Exército, confirmaram ter participado de reuniões no Palácio da Alvorada e no Ministério da Defesa, onde foram discutidas estratégias legais que poderiam reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022, nas quais Luiz Inácio Lula da Silva foi vitorioso.
Defesa de Bolsonaro e reações
Bolsonaro tem sustentado que as discussões foram meramente especulativas, baseando-se em hipóteses previstas na Constituição. Contudo, a repetição dos relatos por esses ex-comandantes, que já haviam sido informados à Polícia Federal, reforça a credibilidade das acusações na fase de produção de provas do processo criminal. Durante as audiências, também foram ouvidos testemunhos de defesa, como o do senador Hamilton Mourão, ex-vice-presidente, do comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, e do ex-comandante do Exército, Júlio Cesar Arruda. Todos afirmaram desconhecer qualquer intenção golpista entre os réus.
Expectativas sobre o julgamento
A expectativa é que o julgamento final que determinará a condenação ou absolvição de Bolsonaro e dos demais réus ocorra ainda este ano. Eles enfrentam uma série de acusações graves, incluindo organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado.
À medida que as audiências avançam, a atenção do público e da mídia continua voltada para os desdobramentos deste caso, que não apenas impacta os réus, mas também a estabilidade política do Brasil. A sequência de depoimentos e os resultados das audiências podem ter consequências significativas no futuro do país.
Com o andamento da investigação e novos relatos surgindo, o cenário se torna cada vez mais tenso, refletindo a tumultuada leitura política do Brasil e a luta pela manutenção da democracia nas instituições. As próximas semanas prometem ser decisivas para o rumo deste processo.