Brasil, 25 de maio de 2025
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Argentina enfrenta alta do custo de vida mesmo com estabilidade econômica

Apesar de melhorias macroeconômicas, argentinos seguem pagando altos preços por bens e serviços essenciais, como alimentação, saúde e moradia.

Em 2023, último ano de mandato do ex-presidente Alberto Fernández, argentinos, chilenos e uruguaios migraram para a Argentina em busca de preços mais acessíveis para turistas, beneficiados pelo câmbio favorável à época. No entanto, a situação mudou drasticamente, tornando o país um dos mais caros da região.

De turistas a consumidores endividados

Hoje, a Argentina se transformou em uma das nações mais onerosas, conforme análise de Osvaldo Del Río, diretor da consultoria Scentia. Segundo ele, “o Chile voltou a ser um grande shopping center para os argentinos”, devido ao aumento dos custos internos e à valorização do dólar.

Economia e qualidade de vida sob a gestão Milei

O presidente Javier Milei mantém alta popularidade, indicador macroeconômico em melhora e uma inflação que caiu abruptamente. Contudo, o custo de vida continua elevado, especialmente para classes médias, afetando alimentação, serviços públicos, planos de saúde e mensalidades escolares.

Impactos no consumo e no cotidiano

Dados do jornal Âmbito Financeiro revelam que 76% dos argentinos reduziram visitas a bares e restaurantes recentemente. Antes das reformas econômicas, argentinos gastavam pelo menos metade do valor atual, em dólares, e alguns até três vezes menos.

Tito Nolazco, gerente de Assuntos Públicos da Prospectiva para a América Latina, relata que “antes gastávamos US$ 25 de casal; agora, o mínimo é US$ 50”. Ele afirma que as férias e gastos pessoais estão sendo ajustados para conter as despesas.

Custos elevados e perdas no padrão de vida

De acordo com a Fundação Ecosur, encher um carrinho de supermercado na Argentina hoje custa em média US$ 557, valor apenas superado pelo Uruguai, com US$ 646. No México, o valor é de US$ 547, e no Chile, US$ 502.

Gastos com serviços públicos, planos de saúde e mensalidades escolares vêm disparando, particularmente para famílias com filhos, o que obriga muitas a adotarem cortes no orçamento. Leonardo Politi, empresário de San Telmo, afirma que “antes gastávamos em torno de US$ 25, por casal, e agora são pelo menos US$ 50”.

O peso da inflação e perspectivas econômicas

Apesar do controle da inflação, o peso dos preços elevados permanece, levando os argentinos a uma rotina de austeridade, com menos lazer e consumo. Nolazco explica que muitos, como ele, deixam de fazer programas costuma e controlam gastos com gasolina, luz e saúde.

Segundo Del Río, a previsão é de que a sociedade argentina, altamente sensível às oscilações econômicas, aguarde uma estabilização gradual, com expectativas de que o dólar suba um pouco mais, o que pode aliviar parcialmente o cenário atual.

Reconstrução do consumo e dificuldades atuais

Embora o consumo esteja lentamente se recuperando, com aumento de vendas em farmácias e fechamento de gap com o ano anterior, ainda há um longo caminho a percorrer. Em abril, as vendas subiram 13%, enquanto os supermercados registraram queda de 2,9%, mas Del Río destaca que “a tendência é positiva”.

A oposição ao governo Milei é forte, e se seu partido, A Liberdade Avança, vencer as eleições legislativas de 26 de outubro, a margem de manobra do presidente poderá ficar ainda mais ampliada, consolidando seu modelo econômico.

Mais informações sobre a situação econômica da Argentina e estimativas futuras podem ser acessadas no artigo completo do O Globo.

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