Em uma emocionante entrevista ao programa “Expedição Rio”, a renomada atriz Susana Vieira, com 82 anos, fez questão de reafirmar sua paixão pelo trabalho, afirmando que a aposentadoria não está em seus planos. A conversa resgatou memórias de duas de suas personagens mais icônicas: Maria do Carmo, de “Senhora do Destino” (2004), e Branca Letícia, de “Por Amor” (1997), que marcaram sua carreira e conquistaram o coração do público brasileiro.
O legado de Maria do Carmo e Branca Letícia
Em “Senhora do Destino”, Maria do Carmo se destacou como uma mulher nordestina determinada e forte, uma interpretação que Susana considera um marco em sua carreira. “Foi um marco para mim”, comentou a atriz, ao se lembrar de como o papel atraiu um novo público, especialmente os jovens. “O personagem é maravilhoso. Todo o elenco era de primeira linha.” Sua habilidade de dar vida a uma mulher trabalhadora e arretada emocionou muitos, fazendo com que o público reconhecesse a força da mulher nordestina.
A atriz também revisitou uma das cenas mais memoráveis de “Senhora do Destino”, onde teve que confrontar sua vilã, Nazaré Tedesco, interpretada por Renata Sorrah. Embora o texto fosse poderoso e cheio de ironias agudas, Susana revelou que a gravar essa cena de confronto foi um desafio emocional, já que ela e Renata são grandes amigas. “Eu não conseguia ser agressiva com ela. De boca sim, porque eu sou uma atriz brava se precisar, mas não sou uma mulher que agride”, disse Susana, refletindo a complexidade de sua relação com a personagem e a atriz amiga.
Branca Letícia: uma personagem para a eternidade
Outra personagem que Susana marcou um impacto significativo foi Branca Letícia, de “Por Amor”. Ao falar sobre suas falas memoráveis, como “Começou a baboseira!” e “Não se refestele no sofá!”, Susana não escondeu a alegria ao saber que suas falas são repetidas até hoje, especialmente entre o público gay. “Não tem uma gay que não fale uma frase minha da Branca”, afirmou.
Branca Letícia é lembrada como uma antagonista sofisticada, uma personagem que, apesar de fútil e maldosa, conquistou o amor e a admiração do público. “O Manoel Carlos, educadíssimo, cultíssimo, sabe de tudo. Ele conseguiu fazer uma personagem fútil, vil, engraçada e debochada. E eu fui amada”, explicou Susana, celebrando a eficaz construção da personagem e seu impacto no imaginário popular.
Retorno ao mundo das artes e a vida sem aposentadoria
Dentro dessa conversa entra a quinta temporada de “Expedição Rio”, um programa da TV Globo que explora o Rio de Janeiro, trazendo à tona locais pouco conhecidos pelos cariocas. Em um marco comemorativo dos 60 anos da TV Globo, o programa resgata cenários de produções históricas, trazendo uma nova geração de artistas e narrativas, e Susana Vieira é parte essencial deste legado.
Por fim, Susana Vieira deixou claro que o seu amor pela atuação é inabalável. “Eu acho que vou trabalhar sempre. Não existe para mim a aposentadoria”, reafirmou, mostrando que sua paixão pela arte e pela telinha continua tão forte quanto no início de sua carreira. Com uma trajetória repleta de sucessos e emoção, Susana é um exemplo a ser seguido, provando que a arte transcende o tempo e a idade.
A entrevista revela não apenas a importância de suas personagens ao longo das décadas, mas também a determinação de Susana em continuar atuando, inspirando novas gerações de artistas a trilharem o caminho dos palcos e das telinhas brasileiras.