Brasil, 25 de maio de 2025
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Aumento alarmante de casos de ansiedade em crianças e adolescentes no DF

Dados do SUS revelam crescimento exponencial de atendimentos a jovens com ansiedade em 5 anos.

Em um cenário preocupante, os dados do Sistema Único de Saúde (SUS) mostram que as crianças e adolescentes do Distrito Federal estão enfrentando um aumento significativo de casos de transtorno de ansiedade. Entre 2019 e 2024, o número de atendimentos a crianças de 10 a 14 anos com essa condição saltou de 99 para 588, representando um crescimento alarmante de 493%. Os adolescentes também não ficaram atrás, com um aumento impressionante de 1.686%, indo de 175 atendimentos em 2019 para 3.127 em 2024.

Impacto da tecnologia na saúde mental

Um dos principais fatores identificados para esse aumento é o tempo excessivo que as crianças e adolescentes passam em frente a telas. Com a digitalização crescente na vida cotidiana, a psiquiatra Gabriela Crenzel destaca que essa hiperexposição pode ter consequências graves para a saúde mental dos jovens. “As telas vieram pra ficar, claro que têm muitos benefícios, mas é preciso evitar a hiperexposição”, afirma a especialista.

O uso excessivo de aparelhos eletrônicos tem levado a uma diminuição das atividades ao ar livre e interações sociais saudáveis, o que pode ser um gatilho para o desenvolvimento de distúrbios emocionais. A Sociedade Brasileira de Pediatria aponta que esse novo estilo de vida é alarmante e precisa ser abordado com urgência por pais e educadores para evitar casos crescentes de ansiedade e depressão.

O caso de Caio Ribeiro

Um exemplo desse fenômeno é a história de Caio Ribeiro, um menino de 12 anos que convive com a ansiedade desde os 5 anos. Sua mãe, Lidiane Ribeiro, procurou ajuda médica e descobriu que Caio também é autista. Ela fala das crises que ele enfrenta, mencionando seu comportamento repetitivo e a questão do vício em tecnologia. “Ele passava o dia entre computador, celular e jogando bola, até que percebi que algo não estava certo”, relata Lidiane.

Causas e possíveis soluções

O aumento do uso de tecnologia é um reflexo das mudanças na rotina moderna. Dados da Pesquisa Distrital por Amostra Domiciliar de 2024 indicam que 196 mil crianças entre 10 e 14 anos têm acesso a celulares e computadores no DF, e 88% utilizaram a internet nos últimos três meses. Dado semelhante se repete entre adolescentes: 222 mil têm contato com aparelhos digitais, com 96% acessando a internet regularmente.

Liliane Real, uma mãe que também enfrenta desafios semelhantes, comenta que seu filho foi diagnosticado com transtorno de ansiedade generalizada durante a pandemia. “Os sintomas começaram com dores de cabeça e de barriga, e frequentemente eu me perguntava se ele estava se contaminando com Covid-19”, descreve. Para lidar com a situação, Liliane associou terapia e medicação com a diminuição do tempo em frente às telas e a adoção de atividades físicas regulares. “Atividade física é fundamental, e mindfulness tem ajudado muito”, afirma.

Caminhos para a prevenção

Os médicos ressaltam a importância de estabelecer limites saudáveis para o uso de tecnologia. Gabriela Crenzel recomenda que, nos primeiros anos de vida, o tempo de exposição a telas seja zero e que, à medida que a criança cresce, essa exposição seja gradual, com um máximo de 3 a 4 horas por dia durante a adolescência. O objetivo é garantir que essas horas não sejam gastas apenas em redes sociais, mas também em atividades que promovam bem-estar mental e físico.

Em resumo, o aumento dos casos de ansiedade entre crianças e adolescentes no DF é um alerta para toda a sociedade. Com a conscientização sobre a importância de um estilo de vida equilibrado, intervenções adequadas e diálogo aberto sobre saúde mental, é possível mitigar esse fenômeno crescente e oferecer um futuro mais saudável para as próximas gerações.

Você pode acompanhar mais notícias sobre saúde e bem-estar no g1 DF.

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