O presidente da Alibaba, Joe Tsai, afirmou nesta semana que empresas asiáticas, incluindo a gigante chinesa de comércio eletrônico, podem buscar oportunidades de crescimento na própria Ásia e na Europa. A declaração foi feita durante uma conferência de tecnologia em Macau, em meio às tensões geopolíticas entre Estados Unidos e China que afetam o setor.
Perspectivas de crescimento na Ásia e Europa
Tsai destacou que a atividade empresarial inter-asiática está em plena força, com possibilidades de integração entre países do Leste, Sudeste e Sul da Ásia. Segundo o executivo, a Europa representa uma oportunidade incrível para as empresas asiáticas expandirem suas operações. “Há, na verdade, muita atividade empresarial inter-asiática, uma interação que pode acontecer entre os países do Leste Asiático, entre o Leste Asiático e o Sudeste Asiático, e eventualmente com o Sul da Ásia também”, afirmou.
Ele também fez uma crítica indireta ao governo dos Estados Unidos, liderado pelo presidente Donald Trump, ao dizer que “alguns governos tentam destruir a ponte que construímos entre a Ásia e o resto do mundo”. Essa tensão, segundo Tsai, prejudica os negócios e a cooperação internacional.
Impactos das tensões com Washington na Alibaba
As principais operações da Alibaba têm sido afetadas por disputas comerciais entre Washington e Pequim. Recentemente, as ações da companhia chinesa recuaram após o jornal The New York Times divulgar que o governo Trump teria levantado preocupações referentes a um possível acordo entre a Alibaba e a Apple na área de inteligência artificial (IA). O acordo, se confirmado, representaria uma importante vitória para a empresa sediada em Hangzhou.
Até o momento, a Apple não se manifestou oficialmente sobre o tema. A colaboração foi confirmada pelo próprio presidente do Alibaba no início do ano, embora não tenha detalhado se a parceria envolveria fornecimento exclusivo de IA na China.
O cenário competitivo e a adaptação internacional
A parceria com outros gigantes, como a Apple, tem sido vista como uma estratégia para reverter a queda nas vendas do iPhone na China, onde a Huawei e concorrentes que investem em IA vêm ganhando mercado. Entretanto, as tensões comerciais também impactaram a operação do Alibaba, que sofreu uma desvalorização expressiva após o anúncio de novas tarifas e restrições por parte do governo Trump, incluindo a eliminação de isenções tarifárias para pequenos pacotes enviados para os EUA.
Apesar disso, Tsai reafirmou a confiança no futuro do Alibaba. “Estamos em um caminho muito bom”, declarou, reforçando o foco da empresa em comércio eletrônico e inteligência artificial. Desde que assumiram posições de liderança em 2023, eles têm investido forte em IA e na expansão internacional, buscando transformar obstáculos em oportunidades de crescimento.
Inovação e expansão na era da IA
Desde o surgimento do modelo DeepSeek neste ano, a Alibaba vem acelerando a implementação de produtos de IA avançada. O lançamento do modelo Qwen3, no mês passado, foi destacado pelo próprio Tsai, que afirma que a tecnologia rivaliza com os principais concorrentes globais.
Com essa estratégia, a companhia busca superar os desafios regulatórios na China e reforçar sua posição competitiva tanto local quanto internacionalmente. Tsai também destacou a importância de ferramentas que ajudam a identificar conteúdos produzidos por IA, em um cenário de crescimento contínuo dessa tecnologia.
Próximos passos e expectativas
Segundo o executivo, a Alibaba continuará investindo em inovação e no fortalecimento de suas operações de comércio eletrônico e IA. O foco, conforme ele explicou, é aproveitar as oportunidades na Ásia e expandir na Europa, reforçando a presença global em momentos de disputa comercial acirrada com os Estados Unidos.
Para mais detalhes sobre as estratégias internacionais da Alibaba e as perspectivas do setor de tecnologia na Ásia, acesse o link oficial da Alibaba.