Brasil, 24 de maio de 2025
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Clubes cariocas investem pouco em jovens talentos no Brasileirão

Flamengo, Vasco e Fluminense escalam poucos jogadores sub-23 em 2025, segundo levantamento, enquanto Botafogo se destaca em aproveitamento.

Os três grandes clubes do Rio de Janeiro estão enfrentando críticas por sua baixa utilização de jogadores sub-23 no Campeonato Brasileiro de 2025. O Flamengo, Vasco e Fluminense estão entre as equipes que menos escalou jovens talentos nas nove primeiras rodadas do torneio, de acordo com um estudo realizado em parceria pelas empresas de análise esportiva Footure e Wyscout. Essa situação levanta preocupações sobre a falta de oportunidades para a nova geração de talentos no futebol carioca, especialmente em um ano com um calendário tão apertado.

O panorama dos jovens jogadores na Série A

A análise foi feita a partir da divisão dos jogadores em três grupos: aqueles que atuaram menos de 200 minutos, entre 200 e 500 minutos, e os que ultrapassaram 500 minutos em campo. Jogadores com menos de 90 minutos jogados, como Matheus Gonçalves, do Flamengo, foram excluídos do levantamento. No contexto da Série A, apenas dois clubes, o Vitória e o Mirassol, têm aproveitado ainda menos os jovens talentos do que os três grandes do Rio de Janeiro.

O Flamengo, sob o comando do técnico Filipe Luís, é o clube carioca que least empregou jovens durante o Brasileirão; atualmente ocupa a 18ª posição em um ranking que mede a utilização de jogadores sub-23. O Fluminense está em 17º e o Vasco em 16º lugar. O cenário é preocupante, pois a equipe rubro-negra, campeã mundial sub-20, parece restrita ao uso de jogadores mais experientes, em um momento em que a pressão por resultados imediatos pode prejudicar o desenvolvimento das futuras estrelas do clube.

Quem são os jovens utilizados?

No Flamengo, por exemplo, apenas dois atletas sub-23 conseguiram mais de 90 minutos em campo até agora: o volante Évertton Araújo e o lateral-direito Wesley, este último já ultrapassando a marca dos 500 minutos disputados. Essa falta de investimentos em jogadores jovens contrasta fortemente com a estratégia adotada pelo Botafogo, que leva a dianteira no aproveitamento dessa faixa etária em partidas oficiais.

O Botafogo se destacou por dar mais espaço aos jovens talentos, escalando sete jogadores sub-23 que atuaram mais de 90 minutos na competição até o momento. Nenhum desses atletas, no entanto, foi formado nas categorias de base do clube, o que pode indicar uma estratégia diferente visando resultados imediatos, ao invés de um trabalho consistente de formação de atletas. Entre os que mais jogaram estão o zagueiro Jair Cunha, vindo do Santos, e o lateral-esquerdo Cuiabano, revelado pelo Grêmio. Ambos superaram 500 minutos em campo, o que demonstra uma aposta na experiência de jogadores relativamente jovens, mas que não representam a base do clube.

A importância de desenvolver talentos locais

A discussão sobre a utilização de jogadores jovens vai além da simples contabilização de minutos jogados. Ela reflete uma filosofia mais ampla sobre o futuro das equipes e o papel que a base deve desempenhar no fortalecimento do elenco. Investir em jovens talentos significa preparar a próxima geração de jogadores, que podem não apenas contribuir para o sucesso do time no curto prazo, mas também trazer retorno financeiro por meio de transferências no futuro. Além disso, a rejeição a essa prática pode resultar em um déficit de novos talentos e, por consequência, um impacto negativo no desempenho geral da equipe em competições futuras.

Ao olharmos para o desempenho dos clubes, é essencial que os técnicos e gestores revisitem suas estratégias, considerando não apenas os resultados imediatos, mas também a responsabilidade social que têm em relação ao desenvolvimento do futebol brasileiro como um todo. A forma como os clubes cariocas estão lidando com essa questão pode servir como um termômetro para o futuro do futebol nacional, especialmente durante um período em que o campeonato se intensifica e as demandas por resultados crescem.

Conclusão: uma chamada a ação

Portanto, os clubes do Rio de Janeiro têm uma oportunidade à sua frente: valorizar e desenvolver os jogadores sub-23. Essa não é apenas uma questão de desempenho em campo, mas uma necessidade para garantir a sustentabilidade e o futuro do futebol na região. As lições aprendidas pelos clubes podem servir de guia para um novo caminho que não apenas celebra os talentos emergentes, mas também fortalece a identidade e a cultura do futebol brasileiro.

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