O cenário político brasileiro para as eleições de 2026 começa a tomar forma, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebendo conselhos de seus interlocutores sobre uma escolha estratégica para a vice-presidência. O nome em destaque é o do atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), que é visto como uma figura com grande apelo no Sudeste e capaz de atrair aliados em uma coalizão ampla.
Apoio de lideranças do PT
A proposta para que Paes venha a compor a chapa de Lula surgiu entre lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT) no Rio de Janeiro. Essas lideranças acreditam que, com essa escolha, o presidente poderia consolidar sua imagem em um estado crucial para a sua reeleição, especialmente considerando a importância do Sudeste no cenário eleitoral brasileiro.
O papel de Paes na política fluminense
Eduardo Paes, que já foi eleito para a prefeitura do Rio de Janeiro em diversas ocasiões, atualmente se destaca como um forte candidato para as eleições de 2026. Um levantamento realizado pelo Paraná Pesquisas, divulgado em abril, apontou que Paes lidera com 48,9% das intenções de voto, o que o coloca em uma posição privilegiada para uma vitória no primeiro turno, dependendo da margem de erro.
Diálogo com conservadores
A ala petista que defende a inclusão de Paes na chapa argumenta que sua presença poderia facilitar a comunicação de Lula com o eleitorado conservador, dado que o prefeito carioca tem se mostrado capaz de articular uma coalizão ampla, incluindo partidos de diversas tendências, do centro à direita, e até mesmo de segmentos evangélicos.
A aliança com o PSD
Uma das principais justificativas para a escolha de Paes seria amarrar o PSD na aliança em torno da candidatura de Lula. Sendo o maior partido em número de prefeitos e detentores de uma das maiores bancadas no Senado, a presença do PSD seria um trunfo essencial para fortalecer a campanha do atual presidente.
Divisões internas do PSD
No entanto, o PSD apresenta uma divisão interna significativa. Embora detenha três ministérios no governo atual (Agricultura, Pesca e Minas e Energia), o partido também está representado no governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo. O partido está lidando com uma bancada de deputados que assumiu uma postura mais independente, cobrando, entre outras coisas, mais visibilidade e espaço na Esplanada.
Relação com o PSB
Entretanto, a possibilidade de Paes ocupar a vice-presidência não vem sem complicações. O PSB, que atualmente possui Geraldo Alckmin como vice-presidente, está buscando manter essa posição. O partido avalia ainda uma candidatura de Alckmin ao governo ou ao Senado em São Paulo, uma estratégia que visa construir um palanque forte para Lula no maior colégio eleitoral do país.
Em suma, as articulações políticas começam a tomar forma, e a escolha de um vice é crucial para a reeleição de Lula em 2026. Enquanto isso, os próximos passos do presidente e do PT determinarão não apenas o futuro da candidatura, mas também a estabilidade e a resposta da atual coalizão de governo em um cenário político dinâmico e em constante transformação.