Em novembro, durante a COP30 em Belém (PA), serão apresentados dois relatórios inéditos produzidos pela Rede de Pesquisa em Mudanças Climáticas Urbanas (UCCRN), criada pela Universidade Columbia, em Nova York. Os documentos tratam de eventos extremos, como ondas de calor, e aspectos sociais ligados às mudanças climáticas, colaborando com o IPCC.
Relatórios sobre mudanças climáticas e resiliência urbana na COP30
Os estudos, produzidos por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), receberam apoio da Columbia, líder mundial em pesquisas relacionadas ao clima. Andrea Santos, professora da Coppe-UFRJ e uma das diretoras da UCCRN na América Latina, destaca a importância das publicações. “Os estudos serão utilizados no relatório especial de cidades do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC)”, afirma.
Parcerias internacionais e foco em cidades vulneráveis
A universidade Columbia tem uma parceria de longa data com a prefeitura do Rio de Janeiro, iniciada em 2010. Um dos projetos recentes envolve o uso de inteligência artificial para aprimorar a preparação e resposta a eventos climáticos extremos, especialmente em comunidades vulneráveis. Segundo Andrea Santos, essa iniciativa visa fortalecer a resiliência urbana frente às mudanças climáticas.
Pesquisas e ações em mobilidade e energia renovável
Extraoficialmente, a colaboração entre Brasil e EUA também inclui estudos na área de transportes e energia renovável. Um exemplo é o artigo “We need to prepare our transport systems for heatwaves — here’s how”, publicado na revista Nature, que aponta estratégias para adaptar sistemas de mobilidade às ondas de calor. Pesquisas como essa são resultado de parcerias da UFRJ com universidades americanas, como a Virginia Tech.
Histórico de cooperação e futuro das pesquisas
A cooperação científica entre Brasil e Estados Unidos remonta aos anos 1950, com destaque para a parceria entre a Universidade Federal de Viçosa e a Universidade Purdue. Atualmente, diversas instituições brasileiras, como o Insper, mantêm acordos com universidades americanas, incluindo Columbia e Illinois, voltados ao desenvolvimento de temas como mudanças climáticas e tecnologias sustentáveis.
Segundo Guilherme Martins, presidente do Insper, as parcerias buscam colocar o Brasil como referência em estudos do Sul Global. “Queremos que as instituições internacionais nos vejam como uma referência, sobretudo em temas em que, sozinhas, elas não fariam pesquisa tão bem, por falta de entendimento de contextos”, afirma.
Perspectivas e impacto dos estudos na agenda global
Espera-se que os relatórios apresentados na COP30 contribuam para ampliar o entendimento das mudanças climáticas em ambientes urbanos, especialmente em regiões de maior vulnerabilidade social. Além disso, as ações coordenadas entre universidades e governos podem acelerar a implementação de políticas de resiliência e adaptação às mudanças do clima.
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