Brasil, 24 de maio de 2025
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A dilatação do tempo: por que parece que os dias voam?

Estudo revela como emoções e rotinas moldam nossa percepção do tempo, acelerando a sensação de que os dias passam rapidamente.

A percepção do tempo é uma experiência subjetiva, como revelam os estudos do físico Albert Einstein e pesquisas contemporâneas. Com a aproximação de um novo ano, muitos se questionam por que os meses parecem passar mais rápidos, e essa sensação pode ser explicada pela dilatação temporal subjetiva.

A dilatação temporal subjetiva e suas implicações

Um estudo inovador da Universidade de Yale investiga a dilatação subjetiva do tempo, um fenômeno em que a percepção temporal se distorce em situações intensas, como acidentes ou momentos de alta tensão. Os pesquisadores observaram que, em tais circunstâncias, os segundos tendem a parecer mais longos, quase como se o tempo estivesse desacelerando.

Experimentos realizados mostraram que estímulos visuais inesperados podem ativar esse efeito. Por exemplo, quando um objeto surpreendente, como um disco que se expande rapidamente, aparece em nosso campo de visão, o cérebro imediatamente entra em um estado de alerta elevado. Essa sobressaltada acelera o nosso processamento interno de informações, fazendo com que não apenas o objeto em questão, mas todo o ambiente pareça durar mais.

Curiosamente, esse efeito não se restringe apenas à área adjacente ao estímulo; mesmo elementos distantes na cena são percebidos de forma a parecerem em “câmera lenta”. Isso explica a sensação de que, em situações de perigo real, o tempo se estende, permitindo que nosso cérebro se ajuste e reaja de forma mais eficaz.

A percepção subjetiva do tempo e suas variáveis

Como explica Bruno Nogueira da Silva Costa, psicólogo e vice-presidente do Centro de Atendimento e Estudos Psicológicos da Universidade de Brasília (UnB), a experiência temporal é profundamente influenciada por fatores emocionais, culturais e biológicos. Crianças desenvolvem gradualmente a noção do tempo, enquanto adolescentes e adultos lidam com abstrações mais complexas.

“Idosos, por exemplo, enfrentam uma aceleração subjetiva do tempo, muitas vezes resultante da rotina e da diminuição de novas experiências. Isso faz com que os meses pareçam voar,” destaca Costa.

Como a tecnologia afeta nossa noção de tempo

Nos dias atuais, o uso excessivo de smartphones e redes sociais pode distorcer ainda mais a nossa percepção temporal. Segundo a pesquisa Global Digital Overview 2020, o Brasil figura entre os três países onde a população mais passa tempo conectada, com uma média de 3 horas e 31 minutos diários. Mariana Luz, psicóloga e diretora de saúde do Me Too Brasil, analisa essa questão, observando que o excesso de estímulos digitais está associado à ansiedade e à sensação de aceleração do tempo.

“Quando estamos excessivamente focados no próximo compromisso ou meta, acabamos transformando o presente numa mera ‘zona de passagem’. Criar memórias significativas se torna um desafio,” diz Luz.

O que podemos fazer para desacelerar o tempo?

Embora seja difícil “frear” a passagem do tempo, algumas práticas simples, mas poderosas, podem ser adotadas. Mariana Luz sugere caminhadas sem o celular, refeições feitas com presença e a escrita à mão como formas de conectar-se novamente ao momento presente. Essas pequenas ações podem ajudar a resgatar o contato com o real e tornar a experiência do tempo mais rica.

“A presença é essencial. Devemos fazer escolhas conscientes para cultivar esse estado de estar no agora. Quando conseguimos fazer isso, o tempo não só parece desacelerar, mas também ganha profundidade,” reflete a especialista.

“Para retomar uma relação mais plena com o tempo, precisaríamos limitar a exposição a estímulos digitais, promover pausas e fazer uma coisa de cada vez,” conclui Luz.

Por fim, recomenda-se observar essa questão com curiosidade e não culpa. Se a sensação de que o tempo voa é perturbadora, existem caminhos para sair do modo automático e criar uma conexão mais forte com o presente. Afinal, o agora é o único momento que realmente temos à nossa disposição.

Para mais informações sobre como melhorar sua percepção temporal e viver de forma mais plena, siga acompanhando nossas atualizações.

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