Brasil, 24 de maio de 2025
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Mercado de franquias nos EUA cresce e atrai marcas brasileiras

Com previsão de movimentar US$ 897 bilhões em 2025, o mercado americano de franquias é o sonho de marcas brasileiras que buscam expansão internacional

O mercado de franquias nos Estados Unidos está próximo de superar US$ 1 trilhão em vendas, com previsão de US$ 897 bilhões em 2025, segundo dados da International Franchising Association. Essa expectativa atrai empresas brasileiras, que veem o país como uma oportunidade de crescimento internacional, apesar dos desafios regulatórios e culturais.

Diferenças na escala e operações entre Brasil e EUA

Ao contrário do Brasil, onde cada franquia tem, em média, 59,9 unidades, nos EUA essa média ultrapassa 500 unidades por rede, revela André Friendheim, chairman da Task Force do World Franchise Council. “A escala é acelerada, bem diferente do Brasil”, afirma.

A maior franquia brasileira nos EUA é a Oakberry, com 50 unidades abertas e projeção de 70 até dezembro. A marca, que desembarcou em Miami em 2019, adaptou seu modelo ao preferido pelo consumidor americano, focando em lojas de rua com venda direta de açaí.

Desafios e estratégias de expansão para marcas brasileiras

Leandro Gasparin, head de Operações América do Norte da Oakberry, destaca que o principal desafio é entender as particularidades de cada cidade, que possui regras próprias desde autorizações até legislações trabalhistas. “Falta mão de obra, é difícil reter talentos e a legislação exige atenção,” afirma Gasparin.

A produção verticalizada também é fator importante: a Oakberry abastece suas franquias com frutos colhidos por cooperativas no Pará, garantindo qualidade certificada.

Vantagens do mercado de consumo nos EUA

Segundo Gasparin, a venda de produtos no varejo, como sorbet de açaí disponível em redes como Sprouts Farmers Market, combina expansão de franquias com novas oportunidades de mercado. “Desde fevereiro, estamos em 500 pontos de venda com produtos próprios”, conta.

Com presença em 45 países, a Oakberry faturou R$ 1 bilhão em 2024, sendo que os EUA responderam por 20% do faturamento. Segundo Gustavo Freitas, diretor de Internacionalização da ABF, poucas redes brasileiras estão realmente internacionalizadas, mas o potencial nesse mercado é grande.

Oportunidades e dificuldades para marcas brasileiras

O interesse de empreendedores brasileiros em atuar nos EUA é elevado, porém, muitos perdem dinheiro por dificuldades de adaptação ao mercado local, aponta Thelma Rocha, coordenadora do estudo “Internacionalização das Franquias Brasileiras” da ESPM. “A falta de pesquisa de mercado e parceiro local é um obstáculo comum”, afirma.

Gustavo Freitas reforça: “O mercado americano valoriza a matemática e a análise de dados na expansão, algo que muitas marcas brasileiras ainda precisam aprimorar”.

Outro exemplo é a IGUi, especializada em piscinas, que começou a obter resultados positivos nos EUA após aprender a trabalhar com parceiros locais, que dominam a legislação e conhecem o mercado profundamente.

Visão de futuro e estratégias de marca

Empresas como Caito Maia, fundador da Chilli Beans, e Bibi Calçados mostram que a adaptação ao perfil do consumidor local é fundamental. Maia, que conta agora com três unidades nos EUA, ressalta que o mercado é uma vitrine para expansão internacional.

Já a Bibi, presente em 60 países, busca consolidar sua presença na Flórida com cerca de 100 pontos de venda até o fim do ano, planejando futuramente novas lojas próprias e franqueadas.

Andrea Kohlrausch, CEO da Bibi, reforça que o foco é fortalecer a marca e levar sua cultura e valores dos produtos para o mercado externo.

Perspectivas e próximos passos

Segundo especialistas, a entrada de franquias brasileiras no mercado americano exige planejamento, conhecendo as regras locais, e maior preparação das marcas para competir em uma escala global. Investir na adaptação do modelo de negócio e na relação com parceiros locais é essencial para o sucesso.

As próximas ações incluem aprofundar o entendimento do mercado e ampliar a presença, aproveitando a receptividade das redes americanas às marcas brasileiras, que, apesar de pouco internacionalizadas ainda, têm potencial para crescer significativamente.

Fonte: O Globo

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